Chega nesta segunda-feira ao Rio Grande do Sul uma contribuição do Banco de Multitecidos do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), localizado no Recife, que ajudará na recuperação das vítimas queimadas durante o incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS). A Central de Transplantes de Pernambuco ofereceu 2.500 cm² de pele humana que serão usadas como curativos. Segundo o médico Marcelo Borges, responsável técnico pelo banco, o material é suficiente para tratar pelo menos duas pessoas que estejam com grandes queimaduras (no mínimo 40% do corpo).
“O tratamento minimiza as infecções, reduz a perda de líquidos e sais minerais e diminui a dor pois substituiu a pele queimada. É a melhor opção para aumentar a sobrevida e diminuir a taxa de mortalidade”, explica Marcelo. Quando não é feito com tecido humano, o tratamento ocorre com curativos a base de antibióticos.
A previsão é de que o material seja levado durante a madrugada de amanhã. Caberá à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul distribuí-lo. Em contato por telefone com colegas gaúchos, o cirurgião plástico pernambucano soube que existem pelo menos 20 pessoas queimadas gravemente. “É a primeira vez que há liberação do Banco de Multitecidos do Imip. Infelizmente será para socorrer vítimas de uma tragédia sem tamanho”, destaca Marcelo.
Além de Pernambuco, apenas dois Estados no Brasil, São Paulo e Rio Grande do Sul, mantêm banco de peles. A central pernambucana foi inaugurada em junho do ano passado. “É importante que as famílias doem a pele dos entes que morreram. Com essa doação para o Rio Grande do Sul zeramos nosso estoque de tecidos”, enfatiza a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Noemy Gomes.