Tensão

Dono de fazenda invadida diz que prejuízo foi de R$ 2 milhões

O pecuarista sustenta que vai acionar a Justiça para ser ressarcido de todos os seus prejuízos

da Agência Estado
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Publicado em 04/06/2013 às 18:21
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O dono da Fazenda Esperança, Ricardo Bacha, disse que ainda está fazendo o levantamento de quanto foi o prejuízo que teve com a perda das benfeitorias que foram incendiadas na quinta-feira, 30 e com as 350 cabeças de gado que desapareceram. "Por baixo estimo que se foram R$ 2 milhões". Ele registrou boletim de ocorrência contra a comunidade indígena por roubo do gado.

Após o confronto entre a polícia e os índios, Bacha não pôde mais voltar à fazenda e acompanha os acontecimentos pela imprensa. "O Governo Federal perdeu o controle dessa região do País. Ali é um foco de insurreição, abala o estado de direito. Quando uma pessoa entra e rouba o que você tem na sua casa, saqueiam antes de botar fogo, isso aí tem nome: é roubo. A propriedade, juridicamente, não reconhecida como deles", sentencia.

Alguns produtores fazem a retirada de cabeças de gado das fazendas invadidas e também de algumas que não foram ocupadas, segundo Bacha. Isso devido ao temor que, com o possível acirramento dos ânimos, essa retirada fique impossível. "Outros proprietários estão retirando o gado porque a região está apavorada".

O pecuarista sustenta que vai acionar a Justiça para ser ressarcido de todos os seus prejuízos. "Deposito toda minha confiança na Justiça. Agora, quanto tempo vai demorar para eu reaver tudo que eu perdi, aí fica na mão dos juízes. O judiciário está sob pressão da sociedade e não dá conta de dar uma resposta em tempo hábil. Gostaria que o ressarcimento fosse imediato, porque eu perdi tudo que tinha. Tenho certeza que a justiça vai ser feita, mas não sei em quanto tempo".

Segundo Bacha, já há informações de que os terenas são apoiados por outras etnias que estão em Sidrolândia, como a Guarani e a Kadiwéu. "Eles trouxeram reforço até de fora do Estado. Eles constituíram um exército de guerrilha", afirmou.

O coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Flávio Machado afirmou que os terenas estão firmes na decisão de se manterem nas fazendas de Sidrolândia "independente da decisão judicial".

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