Justiça

MP denuncia motorista e passageiro por acidente de ônibus que matou nove no Rio

Caso condenado, o motorista cumprirá pena até dez anos de prisão e o estudante poderá cumprir até 30 anos

Da Agência Brasil
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Publicado em 03/07/2013 às 20:55
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O Ministério Público Estadual (MP) denunciou nesta quarta-feira (3) à Justiça o motorista André Luiz da Silva Oliveira e o estudante universitário Rodrigo dos Santos Freire pelo acidente do ônibus da Linha 328 (Castelo-Bananal), que despencou do Viaduto Brigadeiro Trompowski, na saída da Ilha do Governador, no dia 2 de abril, causando a morte de nove pessoas.

André Luiz foi denunciado por atentado contra a segurança do transporte viário por expor ao perigo passageiros, motoristas e pedestres, contribuindo diretamente para o acidente. Já Rodrigo vai responder por sete crimes de lesão corporal qualificada, sendo seis graves e uma gravíssima, além de nove crimes de lesão seguida de morte. Caso condenado, o motorista cumprirá pena até dez anos de prisão e o estudante poderá cumprir até 30 anos.

De acordo com a denúncia, o motorista dirigia o ônibus, da Viação Paranapuan, em velocidade acima do permitido, como demonstrou o laudo de exame do tacógrafo do veículo. Ele também procedeu de maneira inadequada em diversos pontos de parada ao não aguardar a descida cautelosa dos passageiros. No acesso à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a conduta se repetiu, impedindo a descida de Rodrigo, com quem discutiu.

Os ânimos se exaltaram quando o motorista não atendeu ao pedido do estudante para descer na próxima parada e acelerou o veículo sem que ele desembarcasse. Rodrigo então agrediu André com chutes, deixando-o desacordado ao passar pelo viaduto de saída da Ilha. Desgovernado, o coletivo subiu o acostamento, rompeu a grade de proteção e caiu de uma altura de 8 metros na pista lateral da Avenida Brasil, sentido centro. As lesões provocadas no motorista foram identificados pelos peritos no exame de corpo de delito.

De acordo com as promotoras de Justiça Cláudia Condack e Andrea Amin, responsáveis pela denúncia, Rodrigo assumiu, de forma consciente e voluntária, o risco de produzir resultados colaterais, como a lesão a outros passageiros.

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