A Polícia Civil de Campinas (SP) investiga a relação de um traficante com a morte do funkeiro Daniel Pellegrino, de 20 anos o MC Daleste, assassinado durante um show na periferia da cidade, no dia 6. A linha de investigação reforça a tese de crime passional. Nesta quinta-feira, o Instituto de Criminalística (IC) realizou a reconstituição simulada do caso. A Delegacia de Homicídios de Campinas apura o envolvimento de MC Daleste com a namorada de um traficante de um bairro da região do San Martin, periferia de Campinas, onde o cantor foi morto, após ser alvo de dois tiros. O primeiro pegou de raspão e o segundo transfixou o corpo pelo abdome.
A polícia já tem a identificação da moça. O delegado de Homicídios, Rui Pegolo, não quis comentar o caso nesta quinta-feira. Pegolo acompanhou a reconstituição realizada durante toda manhã, em Campinas. A perícia concluiu até agora que os tiros foram disparados de uma distância de 40 metros e que o assassino estava posicionado ou atrás de um carro abandonado, ou de uma casa em construção ou de um morro de areia que ficam numa área que dá acesso fácil de fuga por meio de um matagal.
De acordo com a polícia, a distância é uma evidência de que o assassino tinha experiência em tiro. “Não temos dúvida que foi um atirador que sabia o que estava fazendo e planejou tudo com antecedência”, afirmou a perita criminal Ana Cláudia Diez. “Nós fizemos a linha de tiro e conseguimos setorizar, naquela região entre o terreno baldio, a caixa d’água e os fundos da construção.” Outra conclusão da perita foi que os dois disparos foram feitos por uma pessoa. MC Daleste foi alvo de dois disparos, um atingiu a axila de raspão e o outro perfurou o corpo. A polícia ainda não sabe a arma usada nem o calibre. Os projéteis não foram encontrados pela polícia no local do crime.
RECONSTITUIÇÃO - Durante a reconstituição, os peritos simularam a trajetória das balas com barbantes, seguindo as marcas das balas e o laudo do corpo, feito pelo Instituto Médico-Legal (IML).
Muitos curiosos e fãs acompanharam a reconstituição. O açougueiro José Severino Alves, de 50 anos, que mora na casa em construção que pode ter servido de esconderijo para o autor dos disparos, ajudou a polícia com informações. “Eu não estava em casa, mas minha mulher estava dormindo e acordou assustada. Ele ouviu um estalo e achou que era pedra na telha”, disse Alves, que já foi ouvido pela polícia. Ele não é suspeito no caso.