Com 250 quilos de explosivos, a prefeitura do Rio de Janeiro implodiu, às 7h deste domingo, mais 300 metros do Elevado da Perimetral. As detonações fizeram parte da terceira das cinco etapas da derrubada, que agora será feita apenas com o desmonte da estrutura remanescente sobre a Avenida Rodrigues Alves, na zona portuária do Rio. Ao todo, 1.750 metros já foram destruídos.
O trecho implodido neste domingo de Páscoa se estendia do 1º Distrito Naval à sede da Polícia Federal. A área, que inclui a Praça Mauá, é uma das principais apostas da prefeitura na revitalização da zona portuária. Além de incluir prédios icônicos da cidade como o Edifício A Noite, sede histórica da Rádio Nacional, e o Píer Mauá, a praça vem recebendo novos equipamentos culturais, como o Museu de Arte do Rio, já inaugurado, e o Museu do Amanhã, que ainda está em construção.
"É uma parte importante que está sendo devolvida à população. A Praça Mauá é um marco histórico dessa cidade", disse o prefeito Eduardo Paes, que acionou o detonador da implosão. "A gente espera devolver esses espaços à população como espaços de convívio, de caminhada e de lazer. Enfim, tirando esse monstrengo da nossa frente, a cidade vai se encontrando com o mar".
A demolição do trecho gerou em torno de 10 mil toneladas de entulho, que devem levar até 30 dias para serem removidas. O impacto de todo esse peso foi absorvido por uma camada de material retirado das escavações do túnel, que receberá a via expressa substituta do elevado, além de colunas de pneus e sacos de areia. A liberação do trânsito no trecho da Avenida Rodrigues Alves, que estava em uso antes da demolição, no entanto, está programada para o dia 24, depois do feriadão que, no Rio, é prolongado com o Dia de São Jorge (23 de abril).
Equivalente à carga de 300 a 400 caminhões, o entulho será reciclado e ficará em um depósito na própria zona portuária, guardado para a pavimentação das ruas da região. A previsão do diretor presidente da Concessionária Porto Novo, José Renato Ponte, é que até o fim do ano a perimetral seja inteiramente demolida, para que a revitalização do porto termine no primeiro semestre de 2016.
A demolição do trecho foi feita por implosão, devido ao tipo de estrutura usada na construção, explicou Ponte: "Se fosse feito o desmonte nessa parte, os cabos de aço poderiam chicotear as equipes de trabalho". A parte restante, em que há vigas, poderá ser desmontada, o que também vai evitar que o viaduto cause danos aos armazéns da Avenida Rodrigues Alves, muito próximos à estrutura.