O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nesta terça-feira (3) que o reajuste de 15,8% a ser concedido à Polícia Federal (PF) após acordo fechado com a categoria é resultado de uma longa negociação e não deve gerar protestos de outros setores que também reivindicam aumento salarial às vésperas da Copa do Mundo. Apesar de citar o longo processo de negociação, o ministro admitiu que o reajuste ajuda a “descontaminar o clima a Copa”.
Nessa segunda-feira (2), a presidenta Dilma Rousseff encaminhou ao Congresso Nacional projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2014 para incorporar o reajuste de 15,8% para escrivães, agentes e papiloscopistas da PF. De acordo com o Ministério do Planejamento, a Federação Nacional dos Policiais Federais assinou termo de acordo que prevê a aplicação de reajuste, que será pago até janeiro de 2015.
“Esse acordo que fizemos com a Polícia Federal é o mesmo que fizemos há dois anos com outras categorias. O que acontece é que os sindicatos da Polícia Federal não tinham aceitado esse acordo. Então, não tem esse risco [de reação de outras categorias], não vemos dessa forma”, disse.
“Esse reajuste da Polícia Federal é resultado de uma longa negociação que fizemos nos últimos dois anos com os companheiros da direção dos sindicatos. Foi um processo difícil, doloroso às vezes, mas muito maduro e estamos muito felizes de termos chegado a um bom termo lavrado nesse acordo. Claro que isso ajuda descontaminar o clima da Copa. Agora, é claro que não podemos dizer que resolve todo o problema da segurança”, avaliou.
Desde o início de fevereiro, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em todo o país estavam em indicativo de greve e fizeram manifestações por melhores salários e condições de trabalho. Representantes da categoria não descartavam intensificar os protestos durante a Copa.
Em maio, a ministra Assusete Magalhães, do Superior Tribunal Justiça (STJ), proibiu servidores da PF de entrar em greve. Ela entendeu que os policias federais têm direito de reivindicar melhorias salariais, mas não podem interromper os serviços essenciais prestados. A decisão foi motivada por uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU) para garantir a atuação da Polícia Federal às vésperas da Copa do Mundo.