Os deputados estaduais de São Paulo aprovaram em votação simbólica, na noite da quinta-feira (5), um projeto que proíbe "o uso de máscara ou qualquer outro paramento que possa ocultar o rosto da pessoa, ou que dificulta ou impeça a sua identificação" nos protestos de rua. De autoria do deputado Campos Machado (PTB), o projeto de lei só exclui da proibição as "manifestações e as reuniões culturais no calendário oficial do Estado".
O objetivo é inibir a atuação de manifestantes mascarados ligados à tática black bloc. Ele segue para o governador Geraldo Alckmin (PDSB), que tem o prazo de 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo.
Ainda conforme o texto, a plataforma principal de reivindicação desse grupo é "destruir, danificar, explodir, queimar, saquear e aterrorizar". "Tal comportamento tem esvaziado as legítimas manifestações e prejudicado o direito dos demais cidadãos de bem de se manifestar. Além, por óbvio, de deixar rastros de pânico e destruição e, consequentemente, causando prejuízos ao erário público", afirma o texto do projeto de lei.
A Polícia Civil de São Paulo não conseguiu até hoje denunciar nenhum dos mascarados que promoveram depredações na cidade em 2013. A análise aberta pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) ainda está em andamento. O processo dos black blocs se transformou em um cadastro com o nome de 730 pessoas que participaram de manifestações.
A lista tem integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), de movimentos sociais das áreas de saúde e educação, além de manifestantes contra a Copa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.