Justiça

Vítima do ex-médico Roger Abdelmassih diz que ele destruiu vidas

Estuprador foi preso na última terça-feira, no Paraguai

Da Agência Brasil
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Publicado em 20/08/2014 às 20:05
Foto: Secretaria Nacional De Antidrogas do Paraguai
Estuprador foi preso na última terça-feira, no Paraguai - FOTO: Foto: Secretaria Nacional De Antidrogas do Paraguai
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Muita revolta, vaias e gritos de “safado”. Foi assim que o ex-médico Roger Abdelmassih foi recebido por suas vítimas ao desembarcar na tarde de hoje (20), no saguão do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Muitas das vítimas de Abdelmassih choraram muito ao vê-lo passar algemado, com colete à prova de balas, escoltado por policiais e com um leve sorriso no rosto.

Uma delas, Vanuzia Leite Lopes, contou sequer ter dormido na última noite, após saber da prisão do ex-médico. “Ele está entrando preso, e eu, saindo livre. Fiquei dois anos sem sair de casa, com pânico desse homem”, contou ela a jornalistas.

Em entrevista à TV Brasil, ela falou que foi estuprada pelo ex-médico em 1993. “Fui a única vítima que tive a prova material [do crime], porque eu acordei logo em seguida. Eu consegui me desvencilhar dele e tive a lucidez de não tomar banho e ir à delegacia”, falou. Para ela, Abdelmassih destruiu vidas. “Não tenho medo de que ele saia [da prisão]. Ele não vai sair”, ressaltou.

Preso ontem (19) no Paraguai, Abdelmassih foi levado para Foz do Iguaçu, no Paraná, depois São Paulo, onde desembarcou às 15h40 de hoje. Após ser entregue pela Polícia Federal (PF) à polícia paulista, o ex-médico passou por exame de corpo de delito e seguiu em comboio para a Penitenciária de Tremembé, a 145 quilômetros da capital.

Especialista em reprodução humana, Abdelmassih foi preso por agentes da Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia e da PF brasileira. Em 2010, ele foi condenado a cumprir 278 anos de prisão por 56 estupros cometidos contra as próprias pacientes, entre 1995 e 2008. Abdelmassih teve o registro profissional cassado em agosto de 2009.

Segundo Ivanilde Srebranic, outra vítima do ex-médico, ter visto Abdelmassih novamente lhe provocou nojo. “Senti nojo [quando ele passou]. Nojo de vê-lo outra vez”, falou. Ivanilde contou que mulheres, vítimas de Abdelmassih, fazem parte de uma associação que reuniu diversas provas contra ele, inclusive de outros crimes sobre os quais ele ainda não respondeu. “Temos provas suficientes para ele ser incriminado por mais crimes. Transações de dinheiro, remessas ilegais e lavagem de dinheiro. Já entregamos tudo isso para o secretário de Segurança”, contou ela.

Abdelmassih era um dos dez nomes colocados no Programa de Recompensas, criado pela Secretaria de Segurança Pública em parceria com o Instituto São Paulo Contra a Violência.

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