Pela terceira vez desde 2010, a Fundação Nacional do Índio (Funai) prorrogou o prazo de proibição de entrada e permanência de não índios na Terra Indígena Piripkura, nos municípios de Colniza e Rondolândia, na região noroeste de Mato Grosso. Na área de aproximadamente 242,5 hectares, supostamente, vivem os dois últimos membros de uma etnia isolada, os piripkuras. Um hectare corresponde às medidas de um campo de futebol oficial.
Implementada pela primeira vez em 2008, a restrição é para proteger os indígenas Tyku e Mondé-i do contato com grupos sociais que possam lhes transmitir doenças. Durante a proibição, apenas pessoas autorizadas pela Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recém-Contactados da Funai poderão ingressar, locomover-se e permanecer na área.
O primeiro contato com os piripkuras - como são chamados por outras etnias indígenas da região – ocorreu durante os anos 1980. Há registros de que, à época, ao menos 20 indivíduos da etnia viviam juntos. Para proteger o território e estudar o grupo, o governo federal decidiu controlar o acesso. Os piripkuras falam tupi-kawahib. Suas expressões e particularidades vocabulares são sistematizadas.
A nova restrição vale por dois anos, desde segunda-feira (6), data em que a Portaria 1.153 foi publicada no Diário Oficial da União. A portaria foi assinada pela presidenta interina do órgão, Maria Augusta Assirati, no último dia 30.