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PMs presos são suspeitos de receber propina para não agir contra tráfico no Rio

Dezesseis policiais militares tiveram a prisão preventiva decretada a pedido do MP-RJ

Da ABr
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Publicado em 09/10/2014 às 17:26
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A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) investigam a existência de um esquema de pagamento semanal de propina a policiais do 17º Batalhão da Polícia Militar (17º BPM), na Ilha do Governador, zona norte da cidade. A acusação é de que eles não agiam contra o tráfico de drogas e o transporte alternativo.

Operação desencadeada nesta quinta-feira (9) resultou na prisão de 16 policiais militares, inclusive o ex-comandante do batalhão, coronel Dayzer Corpas Maciel. A pedido do MP-RJ, eles tiveram a prisão preventiva decretada pela Auditoria de Justiça Militar, pelos crimes de extorsão, mediante sequestro e roubo.

A prisão foi decretada por um episódio específico, ocorrido em março deste ano, quando policiais abordaram, no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, cinco criminosos em um carro cheio de armas e explosivos. Os policiais encaminharam três deles à delegacia, mas duas lideranças da facção criminosa local foram sequestradas e levadas a lugar isolado.

A ação foi gravada por câmeras de segurança da Base Aérea do Galeão e dos carros dos policiais. Conforme a investigação do MP-RJ e da Subsecretaria de Inteligência, os policiais exigiram pagamento de R$ 300 mil para liberar os dois criminosos. Em seguida, revenderam, por R$ 150 mil, parte das armas apreendidas para representantes da própria facção. Desse total, pelo menos R$ 40 mil teriam sido destinados ao coronel Dayzer Corpas Maciel.

A Subsecretaria e o MP-RJ acreditam que a corrupção no batalhão ia além. Durante as investigações, foram descobertos indícios de que a facção criminosa pagava quantia semanal aos policiais do 17º BPM, para que eles não reprimissem suas atividades ilegais. Motoristas de transporte alternativo também pagavam propina. Outros policiais podem estar envolvidos no esquema.

“Isso ficou caracterizado na investigação. O pagamento seria às sextas-feiras. Os responsáveis pelo transporte alternativo e pelo tráfico de drogas pagavam valores altos para que não houvesse repressão. Assim, eles agiam livremente”, disse Fábio Galvão, subsecretário de Inteligência.

A Subsecretaria de Inteligência também investigará o coronel Dayzer, por suspeita de compra, na loja de sua esposa, de materiais de construção usados em obras do batalhão. Conforme Galvão, há suspeitas, inclusive, de notas fiscais adulteradas para superfaturar os materiais.

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