Senadores da oposição defenderam na tarde desta segunda-feira (17) que a Comissão Parlamentar (CPI) criada no Senado para investigar irregularidades na Petrobras tenha continuidade em 2015. A comissão deve terminar até 22 de dezembro, caso seja prorrogada por mais um mês, mas a oposição defende a continuidade da apuração de corrupção deflagrada pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
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"Tem que ter uma nova CPI, mas não uma CPI chapa branca. Tem de ser uma CPI de verdade", afirmou o senador Pedro Taques (PDT-MT) que deixará a Casa em janeiro para assumir o governo do Mato Grosso.
O líder do PSDB, senador Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que seu partido está trabalhando para reunir as assinaturas necessárias para reabrir a CPI no próximo ano. Ele, contudo, cobrou resultados da comissão que está aberta agora no Senado. "Ela (CPI) vai acontecer. Estamos colhendo as assinaturas, mas é gente quer que essa CPI que está aí funcione", afirmou.
Aloysio pediu a convocação do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, preso na última sexta-feira, 14, pela Polícia Federal por suposto recebimento de R$ 60 milhões em propina paga pela empresa Toyo Setal para vencer licitações da estatal. O dinheiro teria sido usado para financiar campanhas do PT.
O senador paulista chamou de "inimaginável" o alcance do esquema de corrupção na Petrobras. O tucano destacou a atuação do ex-diretor de engenharia da Petrobras Renato Barusco, que teria assinado um acordo com a PF para devolver US$ 97 milhões (cerca de R$ 250 milhões) desviados por ele pelo esquema. "É inimaginável o alcance e o tamanho (do esquema)", disse.
O líder tucano também questionou a permanência no cargo pela presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. "Acho que a situação da Petrobras é muito grave e a situação da presidente também", considerou. As afirmações dos senadores foram feitas no evento "Pacto pela Boa Governança: Um retrato do Brasil", promovido pelo Tribunal de Contas da União, em Brasília.