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Ministra do Meio Ambiente nega que desmate seja culpado pelo aumento de emissões em 2013

Izabella Teixeira disse, porém, que não poderia comentar detalhadamente o número

Da Folha Press
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Publicado em 19/11/2014 às 16:07
Foto: Hebert Rondon/ Ibama
Izabella Teixeira disse, porém, que não poderia comentar detalhadamente o número - FOTO: Foto: Hebert Rondon/ Ibama
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A ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) negou nesta quarta (19) que o desmatamento na floresta Amazônica possa ser o responsável pelo aumento de emissões de carbono do país em 2013.

Questionada sobre se esse avanço estava relacionado ao aumento do desmatamento, a ministra respondeu: "Não. Ao contrário, porque nós temos as menores taxas de desmatamento nos últimos quatro anos", afirmou após uma reunião do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), no qual ela fez um balanço de seus quatro anos no ministério.

Ela disse, porém, que não poderia comentar detalhadamente o número, revelado pela Folha de S.Paulo.

"Eu não vi o dado. Também na semana passada o Ministério de Ciência e Tecnologia divulgou o cenário de emissões do Brasil com redução de emissões. O Brasil não é um país que tem metas obrigatórias de redução de emissões. O Brasil tem metas voluntárias, embora ele esteja mudando essa curva, que era esperada, de aumento de emissões porque o país está em desenvolvimento."

Teixeira voltou também a negar que o governo tenha segurado os dados de desmatamento da Amazônia por motivos eleitorais.

"Não é verdade. O (sistema de imagem de satélite) Deter é sistema de alerta para a fiscalização. Neste ano, veja quantas vezes o Ibama divulgou. Divulgou em fevereiro e divulgou no final de agosto, início de setembro. No ano passado, veja quantas vezes o Ibama divulgou o sistema de alerta. Então eles têm um novo pacto", disse.

"As informações serão tornadas disponíveis de acordo com o rito que o Inpe e o Ibama estão adotando. Haverá transparência naquilo que não for dado sigiloso. Tem gente usando nossas informações para fazer armadilhas com a fiscalização."

Segundo ela, é necessário ter "serenidade" sobre os números que apontam o aumento da derrubada da mata. "Taxa de desmatamento, isso foi um alerta. Temos que ter serenidade para tratar as informações. Estamos trabalhando com a fiscalização em campo, medidas de controle, entendendo e cobrando dos Estados, porque tem a ver com manejo florestal, com um ano seco com muita degradação."

IMAZON - Durante a apresentação do balanço de sua pasta, ao falar sobre desmatamento, Teixeira afirmou que os dados da ONG Imazon, que indicam aumento do desmatamento, historicamente não "dialogam" com os resultados do sistema oficial de monitoramento.

Ela afirmou que o sistema da ONG, entre 2008 e 2013, sempre "errou" (segundo os termos de sua apresentação) em relação ao desmatamento real anual. Esse erro, afirmou a ministra, variou de 55% (2009) a 228% (2013).

Durante o balanço, ela listou de maneira elogiosa centenas de ações realizadas por sua gestão e de maneira repetida, mas indireta, criticou o trabalho de seus antecessores na pasta - Carlos Minc e Marina Silva.

"Entregamos um ministério muito distinto do que encontramos. Os ganhos são expressivos."

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