Depois de oito dias de trabalho, terminou nesta terça-feira (9) a operação de limpeza do interior da boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde um incêndio provocou a morte de 242 pessoas em 2013.
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A empresa responsável pelo serviço recolheu cinco contêineres de resíduos, escombros e equipamentos estragados que estavam dentro da casa noturna desde a tragédia. Como há risco de o material conter substâncias nocivas à saúde, todos os resíduos estão sendo depositados em um aterro industrial na região metropolitana de Porto Alegre.
As paredes internas da casa foram lavadas com detergente. Centenas de pés de sapatos encontrados dentro da boate também foram recolhidos e guardados dentro do estabelecimento. O material será entregue às famílias das vítimas após um procedimento de descontaminação.
Ainda não se sabe, porém, quem pagará por essa nova etapa da limpeza.
Do lado de fora, parte da fachada do estabelecimento foi pintada com cal, segundo os técnicos, para higienização. Os buracos que tinham sido abertos no resgate foram fechados com tapumes. A calçada, que estava praticamente interditada desde o incêndio, passou por uma pequena reforma e será liberada.
Familiares dos mortos acompanharam os trabalhos de perto desde o início. Mensagens de protesto foram escritas no asfalto em frente à tenda montada para a operação de limpeza.
A Eccon Empreendimentos, empresa dona do imóvel onde funcionava a Kiss, arcou com os custos dos oito dias de trabalho e pretende buscar o ressarcimento na Justiça junto aos réus que respondem pelas mortes.
Com a presença de um oficial de Justiça, o imóvel foi novamente lacrado. O prédio ficará sob responsabilidade do judiciário enquanto o processo sobre as mortes estiver tramitando. Quatro pessoas, incluindo dois sócios da casa noturna, são acusadas de 242 homicídios.