O Ministério Público do Rio e a Auditoria Militar denunciaram por crime militar quatro policiais militares envolvidos no desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, na favela da Rocinha (zona sul).
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Os policiais são acusados de corrupção ativa de duas testemunhas na investigação do caso. De acordo com a denúncia, os policiais teriam pago propina para que as testemunhas acusassem o traficante Thiago da Silva Neris, conhecido como Catatau, pela morte de Amarildo.
Entre os acusados, está o ex-comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha major Edson Raimundo dos Santos. Segundo a promotoria, além de fraldas descartáveis, os PMs teriam pago R$ 850 e R$ 500 para duas moradoras mentirem na investigação.
Durante a investigação, porém, as testemunhas admitiram à promotoria que receberam dinheiro dos policiais. O Ministério Público informou ainda que uma das testemunhas está desaparecida desde agosto. A filha dela registrou a ocorrência na Delegacia de Homicídios do Rio.
A promotoria pediu as prisões do major Edson Santos e do tenente Luiz Felipe de Medeiros , na época comandante e subcomandante da UPP, respectivamente. Ambos já estão detidos cautelarmente. Foram denunciados pelo mesmo crime também os soldados Newland de Oliveira e Silva Junior e Bruno Medeiros Athanasio.
Além disso, um novo laudo pericial de exame de voz, produzido pelo próprio Centro de Criminalística da PM concluiu que a voz que se fez passar pelo traficante Catatau assumindo a autoria da morte de Amarildo é do policial militar Marlon Campos Reis, réu no processo criminal do caso. O novo laudo reforça as provas que já haviam sido apresentadas pelo Ministério Público no início do ano.
A reportagem tentou localizar os advogados dos PMs denunciados, mas eles não foram encontrados até a publicação desta reportagem.