O incentivo à produção científica nas universidades federais é o caminho para expansão do conhecimento para o mercado sem deixar de lado a educação de base. Essa foi a posição adotada pelos ministros da Educação, Henrique Paim, e o da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina no seminário Qual Universidade Servirá ao Brasil?, nesta quarta-feira (17), em Brasília. O objetivo do evento foi debater o futuro da educação superior no país, em especial nas universidades federais.
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"Não podemos pensar numa educação superior do futuro que esteja de costas para a educação básica", destacou o ministro Paim. O mesmo raciocínio foi compartilhado por Campolina: "é preciso reconhecer e valorizar a escola básica e o professor, social e politicamente”, disse.
Campolina destacou que a inclusão da grande parcela da população estudando nas universidades federais, em todos os estados, ocorre “em grande parte por meio do ingresso pelo Enem”. O ministro acrescentou que é necessário “criar políticas mais efetivas de assistência para o estudante, no sentido de garantir, por exemplo, a mobilidade para os locais onde foram selecionados e também moradia para eles", disse.
Paim avalia que a educação tem melhorado nos últimos anos. Ainda assim são necessários mais investimentos. "Há muito o que ser feito, mas já não estamos lá atrás. Se olharmos a educação por um prisma de continuidade, será possível verificar que muito já foi feito. Nós mudamos o imaginário da população sobre o ensino público ao proporcionar o ingresso de mais pessoas, de condições sociais mais diversas nas universidades", considerou.
O reitor da Universidade de Brasília, Ivan Camargo, por sua vez, considera necessário a maior autonomia das instituições federais públicas de ensino superior, no que diz respeito aos aspectos financeiros e administrativos. "Cada universidade contém especificidades que precisam ser resolvidas dentro do seu universo próprio", ponderou.
Já a reitora da Universidade Federal de Santa Catarina, Roselane Neckel, aponta a necessidade de que as empresas sejam parceiras das universidades. Ela destacou, entretanto, que não é possível esquecer os investimentos do governo para o desenvolvimento científico nas instituições. "As empresas têm uma visão mais mercadológica de ciência e podem investir mais. Mesmo assim é importanto é ajuda do governo que poderá investir e incentivar projetos de base de inovação".