Após ficar um dia sem registrar aumento, o nível do sistema Cantareira voltou a subir neste sábado (28). Na sexta (27), pela primeira vez desde 6 de fevereiro, não houve registro de alta no sistema. Hoje, o reservatório opera com 11,4% de sua capacidade, 0,3 ponto percentual a mais que o dia anterior.
De acordo com dados da Sabesp, a região do manancial recebeu 28,7 mm de chuva desde o início da manhã de sexta. O acumulado já chega a 322,4 mm neste mês, 62% maior que a média histórica de 199,1 mm.
O Cantareira abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista - eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
Desde julho de 2014, em meio à grave crise hídrica, o governo paulista utilizou duas reservas do fundo da represa, conhecidas como volume morto. Esse volume, no Cantareira espalhado em três diferentes represas, é a porção que fica abaixo das tubulações que captam água. E, para ser utilizada, precisa ser bombeada.
A segunda cota do volume morto, de 105 bilhões de litros, começou a ser usada em novembro. Na terça-feira (24), quando o sistema atingiu 10,7% de sua capacidade, o equivalente a ela foi recuperado. Já a primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões, talvez somente possa ser recuperada em um ou dois anos. Isso ocorrerá quando o nível do manancial atingir 29,2%.
A utilização do volume morto, segundo especialistas, pode ser comparada ao uso do cheque especial. Ambientalistas também apontam alguns riscos, como o de extinção de uma reserva técnica do manancial, por exemplo.
OUTROS RESERVATÓRIOS
Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 18,3% de sua capacidade, o mesmo índice registrado há seis dias.
O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, avançou 0,2 ponto percentual e opera com 60,3% de sua capacidade.
O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, caiu 0,3 ponto percentual e opera agora com 82,8%. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, avançou 0,1 percentual. O sistema opera com 35,9%
O sistema Alto Cotia teve a melhora mais expressiva, passando de 38,6% para 39,8%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas.
A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.