A oferta de uma educação de qualidade a todos terá atenção prioritária da Unesco ao elaborar as novas metas do setor para os próximos 15 anos. Os objetivos para os 195 países membros da agência, braço das Nações Unidas para educação, ciência e cultura, serão debatidas em encontro em maio, na Coreia do Sul.
De passagem pelo Brasil, o responsável da Unesco para o tema da educação, Qian Tang, ponderou que houve melhoria expressiva no acesso à educação nas últimas décadas, mas destacou ser preciso focar também na equidade e qualidade do que é ensinado em salas de aula.
"Assim como o Brasil, muitos países têm diferenças [de qualidade do ensino] nas grandes cidades e em áreas rurais. Hoje, há um desequilíbrio tanto entre os países como dentro de um único país", afirmou na última quarta-feira (4), em conversa com jornalistas.
Doutor em filosofia, Tang afirmou que a agência quer fornecer ferramentas e indicadores para que os países possam coletar e analisar informações nacionais sobre a qualidade do ensino e outros fatores ligados à educação. As metas para educação e demais áreas como saúde e bem-estar devem ser votadas na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.
Coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero destacou que o ensino adequado está diretamente associado à formação dos professores. 'O Brasil ainda tem que caminhar muito. Precisamos de um plano de carreira para os professores, resgatar a questão do respeito aos docentes', disse.
Dos seis objetivos definidos para a educação entre 2000 e 2015, o país não cumpriu dois, referentes à redução de taxas de analfabetismo e qualidade da educação.