Segurança

Felipe González: governo da Venezuela 'está falhando seriamente'

O ex-chefe do governo espanhol Felipe González disse que a quantidade de mortos na Venezuela corresponde mais a uma situação de guerra que a uma situação de normalidade

Da AFP
Cadastrado por
Da AFP
Publicado em 24/03/2015 às 9:13
Foto: JUAN BARRETO / AFP
O ex-chefe do governo espanhol Felipe González disse que a quantidade de mortos na Venezuela corresponde mais a uma situação de guerra que a uma situação de normalidade - FOTO: Foto: JUAN BARRETO / AFP
Leitura:

O governo venezuelano de Nicolás Maduro "está falhando seriamente" em temas como a segurança ou a gestão econômica de um país muito rico em recursos cuja população não pode comer, afirmou nesta terça-feira (24) o ex-chefe do governo espanhol Felipe González.

"O que está acontecendo na Venezuela é que o governo está falhando seriamente em dois temas que são fundamentais para definir o funcionamento do Estado", considerou o líder socialista em uma entrevista à rádio privada espanhola Cadena Ser.

O primeiro: "a segurança física", disse o homem que governou a Espanha de 1982 a 1996 e que anunciou na segunda-feira que assumirá a defesa dos opositores venezuelanos detidos Leopoldo López e Antonio Ledezma.

"Ocorreram 25.000 mortes violentas em 2014, isso significa um assassinato a cada 20 minutos", criticou, considerando que "os Estados que não garantem em absoluto a segurança física são considerados Estados falidos".

"A quantidade de mortos na Venezuela corresponde mais a uma situação de guerra que a uma situação de normalidade", acrescentou.

O segundo problema, a gestão econômica de "um dos países mais ricos em recursos do mundo", que "está levando-o a uma crise de desabastecimento mais grave e menos eficiente na divisão que o período especial que Cuba viveu após a queda da União Soviética".

"Eu queria dizer ao presidente Maduro que, aceitando seu convite de comparar, estamos indo muito mal na Espanha, foram cometidos muitos erros na luta contra a crise e foi desigual", reconheceu.

"Mas eu, com respeito e não com grosserias, digo: a Venezuela está praticamente à beira do 'default', as pessoas não conseguem comer, não conseguem encontrar insumos básicos", disse.

E dirigindo-se diretamente ao presidente venezuelano, acrescentou: "tem que reagir e o ideal é que reaja através de um diálogo e um processo de reformas, que vão ser duras e dolorosas, mas que não podem ser adiadas".

Últimas notícias