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Cantareira sobe, mesmo sem chuva há 6 dias; sistema segue no volume morto

Segundo informações da Sabesp, os reservatórios do sistema estão com 18,7% de capacidade

Da Folhapress
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Publicado em 29/03/2015 às 17:20
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Segundo informações da Sabesp, os reservatórios do sistema estão com 18,7% de capacidade - FOTO: Foto: Agência Brasil
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Mesmo após seis dias seguidos sem chuvas, o nível do Cantareira voltou a ter alta neste domingo (29). Segundo informações da Sabesp, os reservatórios do sistema estão com 18,7% de capacidade, 0,1 ponto percentual a mais do que o registrado no sábado (28).

O valor foi calculado em relação ao volume útil, que é de 982 bilhões de litros de água, sem considerar as duas cotas da reserva técnica, o chamado volume morto, incorporadas ao sistema no ano passado.

Entre os outros cinco sistemas que também abastecem a Grande São Paulo, quatro ficaram estáveis, e apenas um sofreu ligeira queda.

NOVO MÉTODO

A Sabesp também divulgou o nível do sistema em relação à capacidade total do reservatório, que é 1,27 trilhão de litros.

De acordo com esse cálculo, o nível do Cantareira neste domingo (29) está "menor", e registra 14,5% de armazenamento.

O volume total do reservatório é o resultado da soma do volume útil das represas - acima dos níveis de captação - e as duas cotas do volume morto - água que fica no fundo dos reservatórios e é captada apenas com o auxílio de bombas.

Após pressão do Ministério Público Estadual, que cobra mais transparência na divulgação dos dados, a Sabesp passou a divulgar os dois cálculos sobre o nível dos reservatórios que abastecem a Grande São Paulo.

O promotor Ricardo de Castro, do Gaema (Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente), exige também que a companhia divulgue o nível da reserva técnica do Cantareira como um percentual negativo em relação ao volume útil do sistema.

A Sabesp informou que apesar da divulgação de dois percentuais, o índice oficial para série histórica não será modificado.

Há um ano, o sistema Cantareira operava com 13,6% de volume de água armazenado, 5,1 pontos percentuais a mais do que o registrado neste domingo (29).

OUTROS RESERVATÓRIOS

O reservatório Alto Tietê opera com 22,9% de sua capacidade. O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista. Em dezembro do ano passado, o sistema passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água.

O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, chegou a 85%.

O reservatório Rio Grande, que atende 1,5 milhão de pessoas, é o que tem a melhor situação entre os reservatórios, e opera com 97,3% de sua capacidade.

O reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, opera com 43,7% do nível de seus reservatórios.

O sistema Alto Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, subiu e está com 64,4% do seu nível de armazenamento.

CLIENTES ATENDIDOS

Antes do início da crise da água, o Cantareira abastecia cerca de 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Agora, a clientela recuou para 5,6 milhões, já que parte foi socorrida por outros mananciais como o Alto Tietê e o Guarapiranga.

A expectativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) é que o Cantareira consiga atravessar o período seco, de abril a setembro, sem a necessidade de implantar um rodízio drástico para os moradores atendidos pelo sistema.

O governo dará continuidade neste ano ao racionamento implantado desde o início da crise por meio da redução da pressão usada para distribuir a água pelos encanamentos.


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