O governo argentino reafirmou neste domingo (29) que irá manter em vigor um imposto sobre o salário. Transportadores e centrais operárias opositoras irão defender a sua eliminação com uma greve geral de 24 horas na próxima terça-feira.
O tributo "afeta apenas a minoria que ganha mais", ou 850 mil trabalhadores de um total de 11 milhões de assalariados, assinalou neste domingo o ministro da Economia, Axel Kicillof, ao jornal "Tiempo".
"Não é uma criação argentina. Existe em muitos países, nos Estados Unidos, nos escandinavos. A lógica é que os que ganham mais dêem sua contribuição para as políticas públicas que alimentam os planos sociais", disse Kicillof.
O encargo é progressivo, segundo o nível salarial, e tem uma taxa máxima de 35%.
A medida irá paralisar a Argentina, com uma greve nos serviços de ônibus, trem, metrô, caminhões e aviação comercial.
A greve foi declarada em um ano de eleições gerais, que serão realizadas em 25 de outubro. Cristina Kirchner governa o país desde 2007 e não pode voltar a se candidatar, após ser reeleita em 2011.
Em outros anos, o governo cedeu à pressão da central operária governista CGT e aliviou a carga fiscal salarial, mas, em 2015, alega-se que não há margem financeira para introduzir reformas.