Cinco dos seis principais reservatórios que abastecem a região metropolitana de São Paulo se beneficiaram com a chuva desta quarta-feira (22). Com exceção do sistema Cantareira, os níveis dos demais mananciais tiveram avanço de ao menos 0,1 ponto percentual em relação a medição do dia anterior. Contudo, o nível do principal sistema de armazenamento, o Cantareira, permaneceu estável pelo terceiro dia consecutivo.
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De acordo com o balanço da Sabesp divulgado nesta quinta-feira (23), o Cantareira opera com 15,5% de sua capacidade. O sistema abastece 5,3 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista - eram cerca de 9 milhões antes da crise da água. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.
A escassez de água levou o governo Alckmin (PSDB) a antecipar a programação de obras previstas para 2035. A prioridade é construir adutoras que levem água a áreas atendidas pelo Cantareira, o maior sistema da Grande SP, que está em situação crítica desde 2014.
O percentual usado agora tem como base a quantidade de água naquele dia e a capacidade total do reservatório, de 1,3 trilhão de litros e que inclui o volume útil (acima dos níveis de captação) e as duas cotas do volume morto (reserva do fundo das represas, captadas com o auxílio de bombas). Até então, o índice considerava o volume morto apenas na quantidade disponível, e não na capacidade total -sem ele, o sistema tem capacidade de 1 trilhão de litros de água.
Após o Ministério Público pedir que a Sabesp alterasse a forma de divulgação diária do volume disponível do Cantareira, a Justiça determinou em caráter limitar que a estatal informe o "volume negativo", que é a diferença entre o volume útil e a água disponível. Nesta quinta (23), o "volume negativo" ficou em -9,2%.
A Sabesp pediu à Arsesp, órgão de regulação estadual, um reajuste de 22,7% na conta de água. O percentual é maior do que a inflação e do que os 13,8% já autorizados pela agência reguladora. Segundo a empresa do governo Alckmin (PSDB), essa alta serviria para contornar os gastos extras com a atual crise hídrica no Estado de São Paulo.
OUTROS RESERVATÓRIOS
O sistema Alto Tietê, abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo, opera com 22,4% de sua capacidade após avançar 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto, que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).
O manancial que mais ampliou a sua capacidade foi o de Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas. De acordo com a Sabesp, o sistema avançou 0,4 ponto percentual e opera com 65,7% de capacidade.
Os demais reservatórios ampliaram a sua capacidade em 0,2 ponto percentual, cada um, em relação ao índice registrado no dia anterior. O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 82,6% de capacidade.
Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 96% de capacidade. E o de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 46,5%. A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.