Alimentos como maionese, mistura para bolos e salgadinhos reduziram o teor de sódio em até 10% nos últimos três anos, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Ministério da Saúde.
A medida faz parte de um acordo feito em 2011 com a indústria para a redução de consumo de sódio no país, que, em excesso, pode levar à hipertensão.
Hoje, um em quatro brasileiros sofre da doença, de acordo com a pesquisa Vigitel, que monitora os fatores de risco para a saúde.
Os dados indicam que o quadro atinge 25% da população, e aumenta conforme a idade -entre os idosos, o índice chega a 60%.
Com a redução, o total retirado de sódio dos alimentos industrializados entre 2011 e 2014 já chega a 7.562 toneladas. A meta é chegar a 28.562 toneladas até 2020.
Para calcular a redução de sódio nos alimentos industrializados, o Ministério da Saúde analisou rótulos de 839 alimentos como bolos, batatinhas, salgadinhos, maioneses e biscoitos fabricados por 69 indústrias entre 2011 e 2013.
Em média, a redução de sódio nestes 839 itens atinge 10%. A maior diminuição foi registrada nos rocamboles, que cortaram 21% do teor de sódio dos produtos, seguido por mistura para bolo aerado e maionese -nestes, a redução foi de cerca de 16%.
Indústrias que não alcançaram o resultado esperado de redução foram notificadas e deverão apresentar uma justificativa, segundo o Ministério da Saúde. Dos 839 alimentos analisados, oito não alcançaram a meta esperada, definida de acordo com cada produto, afirma o governo.
SAL EM EXCESSO
Hoje, o consumo de sal pelos brasileiros, em média, é de 12 gramas por dia -número equivalente a mais do que o dobro do recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), que recomenda o consumo máximo de cinco gramas por dia.
Para Edmundo Klotz, presidente da Abia, associação que representa as indústrias de alimentação, os dados mostram que o desafio é ainda maior.
"Hoje, a indústria é responsável por somente 25% do consumo de sal no país. Isso significa que, se nós conseguimos retirar [parte do sódio dos alimentos], o ideal é que a sociedade retire do outro lado três vezes mais do que estamos retirando", afirma.