O último dia da visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA começou nesta manhã de quarta-feira (1º) em São Francisco com uma reunião com a reitora da Universidade da Califórnia, Janet Napolitano, para discutir a ampliação do intercâmbio e programas de pesquisa entre os dois países.
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Ao ser questionada sobre o atraso do governo brasileiro nos pagamentos de mensalidades para as universidades americanas, como parte do programa Ciência sem Fronteiras, a reitora afirmou não saber do caso.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, que participou do encontro, disse que o assunto não estava na pauta.
"Nem estava na agenda nem foi tratado, e eu também não sabia que esse atraso tinha sido noticiado. Ao que me consta, está tudo regularizado", disse o ministro.
A reportagem apurou que a dívida chegava a US$ 340 milhões e que a maior vítima dos atrasos era a Universidade da Califórnia. Em maio, foi feito um pagamento das dívidas mais urgentes, e a promessa era fazer mais um pagamento nesta semana.
Segundo Rebelo, a reunião foi sobre a expansão do programa de pesquisa e de formação do Brasil nos EUA, para formar engenheiros e pesquisadores em áreas diversas.
"A reitora é uma pessoa com muita experiência e que conhece inclusive a presença brasileira nas universidades norte-americanas. Ela mostrou toda a boa vontade e todo o interesse em colaborar para que o Brasil amplie a sua presença", disse Rebelo. "Também nos interessa ampliar a presença de pesquisadores, professores e estudantes americanos em centros e universidades brasileiras."
Napolitano, que foi secretária de Segurança Interna do presidente Barack Obama até 2013, comentou que o encontro de cerca de uma hora foi "muito produtivo".
"Estamos muito animados com uma parceria com o Brasil. Já temos muitos estudantes brasileiros na Universidade da Califórnia -mais de 500- e acho que há oportunidade para aumentar esse número e também focar em certas áreas de interesse em comum", disse à reportagem.
A reitora não deu detalhes de novas parcerias. Ela disse apenas que os dois países voltarão a conversar para debater assuntos como "big data", análise de dados e sustentabilidade energética, "todas essas coisas básicas de pesquisa que precisam ser feitas para seguirmos em frente neste século", disse.
O sistema da Universidade da Califórnia, que agrupa dez campi na região, é o principal destino nos EUA dos estudantes do programa Ciência Sem Fronteiras, com 5,4%.