O acordo entre potências mundiais e o Irã fechado nesta terça-feira (14) não é boa notícia para o setor de petróleo brasileiro, de acordo com o consultor David Zylbersztajn.
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O Irã tem a segunda maior reserva de gás natural do mundo e a quarta de óleo em estado cru.
A expectativa é que o retorno do "gigante" ao mercado internacional, num cenário em que a demanda "não cresce muito há muito tempo", derrube ainda mais os preços do petróleo, observa Zylbersztajn.
Ex-diretor-geral da ANP (Agência Nacional de Petróleo), ele afirma que isso consolidará uma margem de ganhos com o pré-sal bem menor do que a projetada inicialmente pela Petrobras.
No Brasil, a expansão das reservas que não são do pré-sal está parada há pelo menos cinco anos, sem licitação. Com isso, o pré-sal acabou por suprir essa demanda não prevista e o excedente exportável está inferior ao que se projetava, diz.
Com o número maior de ofertantes do produto e maior competição, a perspectiva de mercado externo brasileira não é animadora, afirma o consultor.
A China reduziu o ritmo de demanda com a desaceleração do crescimento da economia.
Nos Estados Unidos, hoje autossuficientes, a oferta de petróleo do Irã vai impactar o preço dos combustíveis e vários campos de exploração americanos ficarão inviáveis, avalia.
"Mas sai mais barato para o governo americano subsidiar alguns exploradores do que manter um aparato enorme de segurança no Oriente Médio. É uma solução mais tranquila, razoável e mais barata."
Zylbersztajn afirma que "seguramente" entrou no acordo a participação de empresas americanas e europeias para a reconstrução da infraestrutura iraniana, que está defasada devido aos anos de sanções.
"Empresas internacionais estão felicíssimas. Deve fazer parte do pacote contratos bilionários", diz.