O Ministério da Saúde aprovou um novo protocolo para o uso de medicamentos que podem evitar o contágio com o HIV após uma possível exposição ao vírus.
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A aprovação do novo modelo de distribuição da PEP (profilaxia pós-exposição), também conhecida como "pílula dos 28 dias seguintes", foi publicada nesta quinta-feira (23) no "Diário Oficial da União".
O protocolo, agora atualizado, uniformiza o acesso aos medicamentos contra o HIV para os diferentes grupos aos quais a terapia é recomendada. A ideia é evitar o avanço da Aids no país, sobretudo entre jovens.
Hoje, trabalhadores de saúde que podem ter tido contato com o HIV em casos de acidentes de trabalho, vítimas de violência sexual e pessoas que tiveram relações sexuais desprotegidas costumam ter acesso a tratamentos diferentes após a exposição ao vírus.
O objetivo do novo modelo é eliminar essas três categorias e adotar um esquema único de antirretrovirais, o que pode facilitar a prescrição e ampliar o acesso aos medicamentos, sobretudo entre pessoas que fizeram sexo sem proteção.
Além de estender o acesso à "pílula", o protocolo também prevê uma redução no tempo de acompanhamento dos pacientes, de seis para três meses. O tratamento deve ser iniciado em até 72 horas após a exposição ao vírus.
A diferença é que, ao contrário do modelo anterior, que previa medicamentos diferentes para cada situação de risco, será recomendado para todos os grupos o uso dos mesmos quatro medicamentos antirretrovirais por 28 dias seguidos (tenofovir, lamivudina e atazanir com ritonavir).
Os medicamentos estarão disponíveis em serviços especializados no tratamento contra a Aids e em alguns postos de saúde. O Ministério da Saúde finaliza a elaboração de um aplicativo, que deve informar sobre os pontos de distribuição.
Com a mudança nas regras, o governo pretende ampliar o acesso aos medicamentos também em serviços de emergência, que ficam abertos durante a noite. Em 2014, foram ofertados 22 mil tratamentos em todo o país, segundo o Ministério da Saúde.
AVANÇO DA AIDS
Desde os anos 1980, foram notificados 757 mil casos de Aids no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Apesar de apresentar índices estáveis, com cerca de 39 mil casos novos ao ano, o avanço da epidemia entre os jovens têm preocupado o governo.
Jovens têm hoje a maior taxa de detecção da doença no país, um índice que vêm crescendo nos últimos dez anos. Em 2003, a taxa de detecção da Aids entre os jovens era de 9,6 a cada 100 mil habitantes. Em 2013, ano dos últimos dados disponíveis, essa taxa passou para 12,7.