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Pernambuco reduz vulnerabilidade social em 26,5%

Ipea aponta Fernando de Noronha como única localidade do Nordeste onde as pessoas estão menos expostas ao desemprego, mortalidade e analfabetismo

Paulo Veras
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Publicado em 02/09/2015 às 6:00
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Em dez anos, Pernambuco conseguiu reduzir em 26,5% a exclusão social no Estado. O indicador que mede isso é o índice de vulnerabilidade social (IVS), calculado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). O novo atlas divulgado nessa terça-feira (1º) mostra que o índice pernambucano recuou de 0,564 no ano 2000 para 0,414 em 2010, data do último censo demográfico, o que retirou o Estado da lista de alta vulnerabilidade. Quanto mais perto de 1 está o IVS, mais pessoas estão expostas à situações como desemprego, mortalidade e analfabetismo.

Infográfico

Índice de Vulnerabilidade Social em Pernambuco

A boa notícia não é exclusividade de Pernambuco. Na média nacional o índice de vulnerabilidade social caiu de 0,446 para 0,326 (uma redução de 27%). O diferencial foram as variáveis relacionadas a emprego e renda, que melhoraram 34%. “O IVS faz com que a gente olhe a pobreza de uma maneira multidimensional, sem levar em consideração apenas a renda. Porque ele olha para a situação da mobilidade urbana, a formação escolar, a saúde e a longevidade da população. E na dimensão do trabalho, ele considera aspectos que vão além da renda per capita, como a inserção precária das pessoas no mercado, percebida nos indicadores de desocupação ou de trabalho infantil”, explicou a coordenadora de Estudos em Desenvolvimento Urbano do Ipea, Bárbara Marguti.

Em Pernambuco, Fernando de Noronha se destaca como um bom exemplo. A ilha é a única localidade do Nordeste classificada como de vulnerabilidade muito baixa. No Brasil, ocupa a sexta colocação. Já em 2000, o distrito ocupava a faixa mais baixa nas dimensões de trabalho e capital humano, números que ainda melhoraram. Os indicadores também são bons na área de infraestrutura, principalmente em saneamento, esgotamento sanitário e coleta de lixo.

Quase todas as cidades pernambucanas apresentaram melhorias em seus índices na década estudada. As exceções são dois municípios do Agreste onde o medidor piorou: Capoeiras (de 0,516 para 0,527) e Salgadinho (de 0,547 para 0,583). No Estado, 104 cidades possuem uma vulnerabilidade social considerada alta. Outros 57 são tidas como muito alta. As 23 restantes são classificadas como de média vulnerabilidade.

Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, também chama atenção. Apesar de ter um índice de desenvolvimento humano (IDH) considerado alto, a cidade apresentou um IVS também alto. É um dos cinco municípios do País em que o Ipea afirma que os bons resultados nos setores de educação, longevidade e renda não se reverteram na redução do quadro de exclusão social da população.

“Isso é possível porque o IDH municipal mede basicamente a dimensão da longevidade, a expectativa de vida e a renda. O que a gente observa é que ele está muito contaminado pela questão da renda per capita. A riqueza é medido só por isso, enquanto que no IVS a gente tem 16 outros indicadores que avaliam mais a situação social”, diz Bárbara Marguti. “Em geral, esses municípios têm uma arrecadação alta. Mas apesar de ter riqueza, eles não investem na reversão dessa vulnerabilidade”, afirma a coordenadora do Ipea.

Leia a íntegra do Atlas de Vulnerabilidade Social:


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