RELIGIÃO

Procissão do Círio de Nazaré reúne 2 milhões em Belém

Evento tradicional de Belém, no Pará, dura mais de seis horas

Da Folhapress
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Publicado em 11/10/2015 às 14:12
Wilson Dias/Agência Brasil
Evento tradicional de Belém, no Pará, dura mais de seis horas - FOTO: Wilson Dias/Agência Brasil
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SÃO PAULO, - Cerca de 2 milhões de pessoas participam neste domingo do Círio de Nazaré, acompanhando a imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelas ruas de Belém, no Pará, de acordo com estimativa dos organizadores e da Polícia Militar (PM) do Estado. A Romaria da Trasladação, que ocorreu no sábado (10) à noite, reuniu, segundo a PM, mais de 1 milhão de fiéis. As informações são da Agência Brasil.

Os romeiros participam da procissão para pagar promessas, pedir graças e homenagear a padroeira do Pará. Alguns fazem o percurso de joelhos, ou carregam maquetes de casas na cabeça como forma de pedir sua casa própria.

O belenense José Xavier Júnior, 38, fazia todo os 3,6 quilômetros do percurso de joelhos para pedir que sua mãe seja curada de um câncer de mama. "Eu vou até o fim. Enquanto minha mãe não for curada, todos os anos farei o círio de joelhos", prometeu.

Uma das particularidades da festa é a corda que ajuda a puxar a berlinda onde fica a imagem da santa. Com 400 metros de comprimento, os romeiros, descalços, disputam para conseguir puxá-la e, com isso, pagar promessas. Washington Bentes, 28, disse que acumula muitas promessas e que esta é a oitava vez que puxa a corda. "Faço mais promessa, ocorre mais milagre e a gente está aí. É uma energia e pressão muito forte. Não é para qualquer um, tem que ter um mínimo de preparo", acrescenta o fiel.

Durante as mais de seis horas da procissão, são muitos os romeiros que passam mal e precisam ser socorridos. Para isso, milhares de voluntários, além do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), do Corpo de Bombeiros e da Cruz Vermelha, ajudam as pessoas que não aguentam o esforço e as retiram do meio da multidão.

Aposentado, José Carlos Soares, 63, viveu 30 anos no Pará. Hoje mora em Belo Horizonte, mas sempre vem prestigiar o Círio de Nazaré. "Isso aqui é um movimento muito forte, de um povo, em torno de uma santa, que é símbolo deles aqui no Pará". Apesar de não ser religioso, José Carlos gosta do círio. "É tradicional juntar a família e comer um prato típico. Pode ser um pato no tucupi, uma maniçoba, um peixe ao leite de coco. Já estamos falando sobre o almoço que vamos ter quando terminar", ressalta o aposentado.

O Círio de Nazaré está completando 222 anos. Tudo começou em 1792, quando um caboclo chamado Plácido encontrou a imagem da Nossa Senhora de Nazaré às margens de um igarapé. Ao levar a santa para casa, a imagem teria regressado sozinha ao mesmo igarapé, fato ocorrido por vários dias seguidos. Neste ano, o círio recebeu o título de Patrimônio Imaterial da Humanidade, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

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