ACIDENTE

Mineradora diz que barragens passaram por fiscalização em julho

A Samarco ainda não sabe informar o número exato de mortos e desaparecidos

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 06/11/2015 às 12:55
Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG
A Samarco ainda não sabe informar o número exato de mortos e desaparecidos - FOTO: Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG
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A Samarco, mineradora responsável pela barragem que se rompeu no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na tarde desta quinta-feira (5), ainda não sabe informar o número exato de mortos e desaparecidos - o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais afirmou, pela manhã, que há um morto e quatro feridos, além de um número não determinado de desaparecidos. De acordo com a Samarco, também não há informações sobre as causas e a extensão dos danos do acidente. 

Segundo a empresa, há quatro barragens na região: Germano, Fundão, Santarém e Cava de Germano. A última fiscalização, realizada em julho de 2015, indicou, de acordo com a Samarco, que as barragens estavam em totais condições de segurança.

Apesar dos relatos de que moradores resgatados passaram mal e crianças chegaram a vomitar após a invasão da lama, a empresa afirma que o rejeito é "inerte". "Ele é composto, em sua maior parte, por sílica (areia) proveniente do beneficiamento do minério de ferro e não apresenta nenhum elemento químico que seja danoso à saúde." 

Pela manhã, o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), sobrevoou a área atingida, em companhia com integrantes da defesa civil. Na sequência, ele se reuniu com representantes da empresa. Segundo a prefeitura de Mariana, outra cidade - Barra Longa, que fica a cerca de 50 quilômetros do local do acidente - também foi atingida pelos dejetos. 

Em nota, a Arquidiocese de Mariana lamentou o acidente. "O momento é de unir esforços para minimizar a aflição e o sofrimento de todos os que foram atingidos por essa tragédia. Exortamos nossas comunidades a prestarem sua solidariedade às vítimas, acolhendo-as, doando alimentos e roupas, confortando-as, oferecendo-lhes suas preces." A arquidiocese cobra também a investigação do desastre. "A apuração das responsabilidades por tamanha tragédia é uma exigência da justiça e condição para que tal situação nunca mais se repita", diz a nota.

Fundada em 1977, a mineradora Samarco é fabricante de pelotas - pequenas bolinhas de minério de ferro usadas na produção de aço - a empresa é a 10ª maior exportadora do País. Com operações em Minas Gerais e no Espírito Santo, a Samarco tem capacidade para produzir 30,5 milhões de toneladas anuais de pelotas, que são destinadas a clientes em mais de 20 países.

Na Bolsa de Valores, a ações da Vale, que detém 50% da Samarco em uma joint venture com a BHP Billiton, registra fortes perdas em decorrência do acidente. Às 11h30, os papéis ON recuavam 3,95% e os PNA, -3,39%.

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