Prefeito de uma das cidades afetadas pelo "tsunami de lama" decorrente do rompimento de duas barragens, Neto Barros (PC do B), ameaçou nesta quinta-feira (12), por meio de um comunicado em sua página no Facebook, usar máquinas e tratores da prefeitura de Baixo Guandu para interromper o funcionamento da ferrovia Vitória-Minas, que passa pela município capixaba.
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A ferrovia pertence à Vale, uma das acionistas da mineradora Samarco, responsável pelas barragens."Comunicamos a Vale e a sociedade que a Prefeitura de Baixo Guandu colocará suas máquinas sobre os trilhos da estrada de ferro Vitória a Minas e paralisará o transporte de minério de ferro até que os responsáveis pelo imensurável crime ambiental apareçam com as respostas e soluções práticas urgentes e necessárias para minimizarmos a catástrofe", dizia o texto.
O município de Baixo Guandu fica na fronteira entre Minas Gerais e Espírito Santo. Desde quarta-feira (11), o prefeito iniciou uma campanha para receber água potável, já que, com o avanço da lama, o abastecimento da cidade de cerca de 30 mil habitantes deve ser suspenso a partir desta sexta (13), a exemplo do que ocorreu em outras cidades, como Governador Valadares, afetando cerca de 280 mil pessoas.
Neto Barros participa, ao lado de outros prefeitos do Espírito Santo, de encontro com a presidente Dilma Rousseff, em Colatina. Dilma sobrevoa as áreas atingidas pela lama da barragem. Sua assessoria de imprensa confirma a decisão do prefeito, que pode ser implementada nas próximas horas caso a Vale não se manifeste.
No comunicado, o prefeito diz ainda que ficou claro que não havia nenhum plano de emergência ou de prevenção para um acidente como esse.