Depois de 20 dias do rompimento da barragem da mineradora Samarco em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, os bombeiros de Minas Gerais continuam o trabalho feito praticamente apenas à mão na busca por 11 desaparecidos. Um longo bastão oco, que vai sendo colocado na lama, é o instrumento mais utilizado pela corporação na procura por corpos.
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Segundo o tenente Leonard Farah, que faz parte da equipe, não há no mundo equipamentos mais sofisticados para esse tipo de busca. "O que existe é um sonar utilizado em terremotos, quando há escombros em cima das pessoas. A Nasa possui este sensor que foi utilizado no terremoto no Nepal. Mas para deslizamentos de terra, como em Mariana, não existem equipamentos para ajudar na localização de vítimas", afirma o bombeiro.
O último corpo localizado pela corporação foi o de Samuel Vieira Albino, de 34 anos, na sexta-feira (20). A vítima trabalhava para uma empresa terceirizada da Samarco. Ao todo, oito pessoas morreram na tragédia. Três corpos ainda não foram identificados
O bastão utilizado pelos bombeiros tem basicamente duas funções. Localizar corpos, apontar sinais de que em determinada área poderia haver uma residência, por exemplo, e ajudar no equilíbrio de quem faz a busca. Por ser oco, quando há a suspeita de que foi encontrado um corpo, cães farejadores são acionados e, se confirmada a suspeita, é feita uma escavação no local.
Nesta quarta-feira (25) os bombeiros fizeram averiguações em área indicada pelos cães farejadores durante os trabalhos de terça-feira. Até o final desta tarde, no entanto, nada havia sido encontrado. O ideal seria que não chovesse na região de Bento Rodrigues, ao menos no que se refere aos trabalhos dos bombeiros. Segundo a corporação, com a água, a lama se encharca, dificultando a locomoção. Bombeiros de Santa Catarina continuam ajudando nas buscas em Mariana.
A procura por corpos é feita basicamente seguindo uma espécie de caminho feito pela lama que vazou da barragem. São utilizadas ainda informações dadas por familiares de vítimas da tragédia cujos corpos já foram encontrados. É tomado relato de onde os parentes mortos poderiam estar antes da queda da barragem, se em casa ou em uma igreja, por exemplo, e, em seguida, confrontado com o local onde o corpo foi localizado. Dessa forma, também é traçado uma espécie de caminho que também pode ajudar a encontrar outras vítimas. Conforme os bombeiros, a cada dia parte do contingente que atua na região, um total de aproximadamente 60 homens, concentra as buscas às margens do ribeirão Gualaxo, que integra a bacia do Rio Doce, destino da lama que vazou da barragem da Samarco em Bento Rodrigues.