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A taxa de detecção de aids no Brasil caiu 5,5% na passagem de 2013 para 2014, de acordo com boletim divulgado nesta terça-feira, 1, pelo Ministério da Saúde. Ano passado, foram identificados 19,7 casos por 100 mil habitantes. No ano anterior, a marca era de 20,8 por 100 mil. Em valores absolutos, foram constatados 39.951 casos de aids em 2014 e, em 2013, 41 814. Os números foram comemorados pelo diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita.
"Nunca testamos tanto e mesmo assim, as taxas foram mais baixas", comentou. Os dados demonstram que em 2014 foram realizados 7,8 milhões de testes e neste ano, 9,6 milhões. De acordo com o diretor, o Brasil já alcançou, entre a população adulta, a meta de suprimir a quantidade de vírus circulante no organismo em pacientes testados. O objetivo é alcançar a supressão viral (níveis de HIV equivalentes a zero) em 90% dos pacientes tratados.
"Precisamos ainda melhorar os números entre crianças. No momento, estamos a 2 pontos porcentuais para alcançar a meta geral", disse. Na avaliação do Ministro da Saúde, Marcelo Castro, o comportamento da epidemia, revelado pelo boletim epidemiológico indica que o País vai conseguir alcançar a meta de 90/90/90 até 2020 - 90% da população portadora do vírus com diagnóstico da sua condição, 90% em tratamento e 90% carga viral suprimida.
Jovens
O ministro afirmou ser necessário sobretudo melhorar os indicadores de aids entre jovens. Os indicadores nessa população ainda preocupam de forma significativa. "Esse é um problema que não é exclusivo no Brasil, é um fenômeno mundial e é resultado de vários fatores", comentou.
A faixa etária que mais preocupa, de acordo com Mesquita, é que está entre 15 a 24 anos. "Não é comparativamente a população que tem os maiores indicadores. Em números absolutos, os números são mais relevantes entre maiores de 24 anos. Mas é no grupo entre 15 e 24 que a velocidade de expansão é mais alta", afirmou.
Em 2014, a taxa de detecção por 100 mil habitantes era de 6,7 por 100 mil na população de homens de 15 a 19 anos. Um indicador muito mais expressivo do que o apresentado, por exemplo, em 2007, quando eram identificados 2,8 casos a cada 100 mil habitantes.
Na faixa etária de homens entre 20 a 24, o avanço também foi muito significativo: saltou de 5,2 para 30,3 por 100 mil.
Entre mulheres, o comportamento não foi o mesmo. Entre 15 a 19 anos, o indicador passou no período de 3,7 para 4,2 por 100 mil. Na faixa etária de 20 a 24 anos, o comportamento foi oposto: uma queda de 14,5 para 12 por 100 mil habitantes.
Um dos pontos considerados essenciais pelo governo é a disponibilização, prevista para o próximo ano, de autotestes de HIV. "É uma ferramenta útil, sobretudo para pessoas que se sentem constrangidas de pedir o exame para o médico", disse o ministro. A estimativa é a de que atualmente 781 mil pessoas vivam no Brasil com HIV. Deste total, 649 mil sabem desta condição.