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Desastre em Mariana impactou setor mais que greve de petroleiros, diz IBGE

Ao todo, o setor extrativo registrou queda de 10,9% na comparação com outubro, já descontados os efeitos sazonais

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 07/01/2016 às 13:10
Foto: Corpo de Bombeiros MG
Ao todo, o setor extrativo registrou queda de 10,9% na comparação com outubro, já descontados os efeitos sazonais - FOTO: Foto: Corpo de Bombeiros MG
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O rompimento de duas barragens da mineradora Samarco em Mariana (MG) no início de novembro representou o principal impacto negativo sobre a indústria extrativa no mês, já que o acidente paralisou a produção da empresa, afirmou nesta quinta-feira (7) André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O efeito do desastre foi maior até do que a greve de petroleiros ligados à Petrobras, que afetou a extração e o refino de petróleo também em novembro.

Ao todo, o setor extrativo registrou queda de 10,9% na comparação com outubro, já descontados os efeitos sazonais. Esse resultado foi crucial para que o resultado total da indústria aprofundasse a queda em novembro. A indústria extrativa responde por cerca de 11% da atividade industrial.

"O setor extrativo foi afetado pela greve de petroleiros, e numa escala bem maior, pelo desastre em Mariana. O acidente afetou a produção de minério de ferro, tanto bruto quanto pelotizado, e traz impacto bastante significativo", disse Macedo. O peso da produção de minério de ferro é maior do que o de petróleo dentro do setor extrativo.

Por outro lado, a paralisação dos petroleiros também interferiu no resultado, pois a produção de petróleo e gás ficou parada por cerca de 20 dias. No auge, afetou as atividades de mais de 50 unidades de produção. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram 355 mil barris de óleo equivalente produzidos a menos, segundo a média diária.

A greve também afetou a produção de derivados de petróleo e biocombustíveis. O setor registrou queda de 7,8% em novembro ante outubro, com impacto sobre óleo diesel, gasolina e outros combustíveis.

Na comparação com novembro de 2014, a indústria extrativa recuou 10,5%, enquanto os derivados cederam 12,0%, também reflexo desses eventos. Diante desses resultados, a categoria de bens intermediários recuou 10,8% nesta comparação, a maior retração desde julho de 2009 (-11,1%). "É claro que não podemos tirar dessa conta o comportamento negativo de outros setores que já vinham nesse ritmo", ponderou Macedo.

 

Alta

Apesar de um novembro ruim para a indústria extrativa, a atividade é a única dentre os 26 setores investigados pelo IBGE que ainda se mantém no positivo no acumulado no ano, destacou o gerente do órgão. A produção tem alta de 4,7% entre janeiro e novembro contra igual período de 2014.

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