O pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, os habitantes das ilhas gregas que têm ajudado os refugiados, os atores do processo de paz na Colômbia, o papa Francisco e a chanceler alemã Angela Merkel são alguns dos aspirantes ao prêmio da Paz, cujas indicações devem ser apresentadas nesta segunda-feira.
Há muitas pessoas (ministros, parlamentares, ex-vencedores do prêmio, acadêmicos) autorizados pelo regulamento a apresentar candidaturas, que costumam ser secretas.
O Instituto Nobel tem a obrigação de aceitá-las, mas isso não significa que irá apoia-las.
Este ano, 630.000 pessoas assinaram até esta segunda-feira (1) uma petição para que o Nobel seja dado aos habitantes das ilhas gregas que têm socorrido os milhares de migrantes que chegam todos os dias em seu litoral.
Apoiada por acadêmicos, a campanha não deve vingar, uma vez que o prêmio só permite um máximo de três laureados.
Assim, um grupo de cientistas gregos propuseram o nome de três pessoas: um octogenário e um pescador de Lesbos, bem como a atriz americana Susan Sarandon, primeira personalidade a visitar a ilha para sensibilizar a opinião pública.
"Imagine 900.000 visitantes que precisam de ajuda e que batem à porta de um estabelecimento relativamente modesto (...) E o que fazem? Eles abrem a porta, e isso é incrível!", escreveu o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, ganhador do Nobel Paz em 1984, e em apoio a esta campanha.
Tutu também expressou apoio à candidatura de uma fundação que exige o fim das armas nucleares e a de outras três pessoas, incluindo o papa Francisco, por seus esforços ecológicos e luta contra o "consumismo e a ganância".
Entre os candidatos há nomes mais inesperado, como o pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, o magnata Donald Trump.
Kristian Berg Harpviken, diretor do Instituto de Pesquisa sobre a Paz em Oslo (Prio), teve acesso à carta de candidatura pedindo que o prêmio seja entregue para Trump por "sua ideologia de paz pela força, utilizada como uma arma de dissuasão contra o Islã radical, o Estado Islâmico, o Irã nuclear e a China comunista".
O comitê de cinco membros que seleciona o vencedor se reunirá pela primeira vez em 29 de fevereiro e o prêmio será atribuído em outubro.
Segundo Harpviken, Edward Snowden, que revelou a existência de um vasto sistema de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana, também poderia vencer o prêmio.
Na briga, ainda figuram os negociadores do acordo sobre o programa nuclear iraniano (o americano Ernest Moniz e o iraniano Ali Akbar Salehi), bem como os protagonistas do processo de paz na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos e o líder das Farc, Timoleon Jimenez.
A chanceler alemã Angela Merkel segue este ano na lista de favoritos, assim como o ginecologista Denis Mukwege, que cuida de mulheres vítimas de estupros na República do Congo, ou Nadia Murad, uma yazidi que fugiu do EI após ser sexualmente escravizadas pelos jihadistas.