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Trump, Merkel e moradores das ilhas gregas entres aspirantes ao Nobel da Paz

O Instituto Nobel tem a obrigação de aceitá-las, mas isso não significa que irá apoia-las

Do JC Online
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Publicado em 01/02/2016 às 18:00
Foto: Andrew Burton/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
O Instituto Nobel tem a obrigação de aceitá-las, mas isso não significa que irá apoia-las - FOTO: Foto: Andrew Burton/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
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O pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, os habitantes das ilhas gregas que têm ajudado os refugiados, os atores do processo de paz na Colômbia, o papa Francisco e a chanceler alemã Angela Merkel são alguns dos aspirantes ao prêmio da Paz, cujas indicações devem ser apresentadas nesta segunda-feira.

Há muitas pessoas (ministros, parlamentares, ex-vencedores do prêmio, acadêmicos) autorizados pelo regulamento a apresentar candidaturas, que costumam ser secretas. 

O Instituto Nobel tem a obrigação de aceitá-las, mas isso não significa que irá apoia-las.

Este ano, 630.000 pessoas assinaram até esta segunda-feira (1) uma petição para que o Nobel seja dado aos habitantes das ilhas gregas que têm socorrido os milhares de migrantes que chegam todos os dias em seu litoral.

Apoiada por acadêmicos, a campanha não deve vingar, uma vez que o prêmio só permite um máximo de três laureados.

Assim, um grupo de cientistas gregos propuseram o nome de três pessoas: um octogenário e um pescador de Lesbos, bem como a atriz americana Susan Sarandon, primeira personalidade a visitar a ilha para sensibilizar a opinião pública.

"Imagine 900.000 visitantes que precisam de ajuda e que batem à porta de um estabelecimento relativamente modesto (...) E o que fazem? Eles abrem a porta, e isso é incrível!", escreveu o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, ganhador do Nobel Paz em 1984, e em apoio a esta campanha.

Tutu também expressou apoio à candidatura de uma fundação que exige o fim das armas nucleares e a de outras três pessoas, incluindo o papa Francisco, por seus esforços ecológicos e luta contra o "consumismo e a ganância".

Entre os candidatos há nomes mais inesperado, como o pré-candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, o magnata Donald Trump.

Kristian Berg Harpviken, diretor do Instituto de Pesquisa sobre a Paz em Oslo (Prio), teve acesso à carta de candidatura pedindo que o prêmio seja entregue para Trump por "sua ideologia de paz pela força, utilizada como uma arma de dissuasão contra o Islã radical, o Estado Islâmico, o Irã nuclear e a China comunista".

O comitê de cinco membros que seleciona o vencedor se reunirá pela primeira vez em 29 de fevereiro e o prêmio será atribuído em outubro.

Segundo Harpviken, Edward Snowden, que revelou a existência de um vasto sistema de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana, também poderia vencer o prêmio.

Na briga, ainda figuram os negociadores do acordo sobre o programa nuclear iraniano (o americano Ernest Moniz e o iraniano Ali Akbar Salehi), bem como os protagonistas do processo de paz na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos e o líder das Farc, Timoleon Jimenez.

A chanceler alemã Angela Merkel segue este ano na lista de favoritos, assim como o ginecologista Denis Mukwege, que cuida de mulheres vítimas de estupros na República do Congo, ou Nadia Murad, uma yazidi que fugiu do EI após ser sexualmente escravizadas pelos jihadistas.

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