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Zika é um drama de grandes proporções especialmente para mulheres, diz deputado

Há uma semana, o governo do Rio de Janeiro lançou o primeiro projeto do país voltado para o acolhimento de crianças com microcefalia e gestantes com Zika

Da ABr
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Publicado em 07/03/2016 às 15:15
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Há uma semana, o governo do Rio de Janeiro lançou o primeiro projeto do país voltado para o acolhimento de crianças com microcefalia e gestantes com Zika - FOTO: Foto: Diego Nigro/JC Imagem
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O coordenador da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações sobre o vírus Zika e a microcefalia, Osmar Terra (PMDB-RS), disse nesta segunda-feira (7), que a situação da doença é alarmante e que a população está prestes a vivenciar a pior epidemia do último século no Brasil. A afirmação foi feita durante debate promovido pela Associação dos Magistrados do Rio e Janeiro (Amaerj) sobre o impacto da infecção pelo Zika na vida de mulheres, especialmente as gestantes, bem como a garantia plena de seus direitos.

“É um tema extremamente preocupante. Talvez seja a pior epidemia que já vimos nos últimos cem anos, porque não se trata apenas de uma lesão temporária, mas sim lesões definitivas nos fetos que estão se desenvolvendo", disse o deputado. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou a relação entre a infecção pelo vírus Zika em gestantes e o desenvolvimento de bebês com microcefalia.

"Estamos com risco de termos milhares, talvez em longo prazo até centena de milhares, de crianças nascendo com deficiências severas por conta da microcefalia. A grande maioria não vai caminhar, falar e terá uma vida quase vegetativa. É um drama humano, familiar e social que demanda uma gama de recursos públicos gigantescas para que elas [crianças] e suas famílias sejam amparadas”, disse Osmar Terra.

 

Aborto

A juíza-diretora do Departamento de Direitos Humanos e Proteção Integral da Amaerj, Márcia Sutti, levantou a polêmica questão do aborto, diante de situações como o abandono do bebê com malformação pela mãe e ainda o abandono da mãe da criança pelo pai. "Nós estamos detectando um movimento social de pais que abandonam famílias e mães que abandonam seus filhos por terem nascido com essa condição [microcefalia]. A gente tem que pensar, refletir e debater essa questão que é muito delicada”, disse.

“É a questão do direito que a mulher tem de engravidar no momento que ela julgar adequado. Ninguém pode decidir quando uma mulher terá um filho. E outro direito, que até será levado ao Supremo, que é o direito ou não ao aborto", concluiu a juíza.


Projeto estadual

Há uma semana, o governo do Rio de Janeiro lançou o primeiro projeto do país voltado para o acolhimento de crianças com microcefalia e gestantes com Zika, além de uma ultrassonografia que indique possibilidade de malformação do feto. O projeto foi elaborado pela equipe médica do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC) e conta com a participação das secretarias e prefeituras de municípios que apresentarem casos de Zika. Para o deputado o programa é necessário, mas não é o bastante.

"É um projeto válido para capacitar a rede de saúde do Rio, mas tem que se ampliar o número de neuropediatras, fisioterapeutas e estimular a formação deles para dar conta do recado", disse. “O Instituto [Estadual do Cérebro] pode tratar e capacitar, mas não dará conta de milhares de crianças que nascerão com microcefalia”, completou Osmar Terra.

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