TERROR

Atentado deixa ao menos 80 pessoas mortas no Afeganistão

Organização terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou neste sábado um de seus atentados mais sangrentos cometidos em Cabul

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 24/07/2016 às 9:34
SHAH MARAI/AFP
Organização terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou neste sábado um de seus atentados mais sangrentos cometidos em Cabul - FOTO: SHAH MARAI/AFP
Leitura:

 O Estado Islâmico (EI), grupo terrorista que promove atentados em todo mundo, reivindicou neste sábado (23) um de seus ataques mais sangrentos cometidos em Cabul, matando ao menos 80 pessoas durante uma manifestação pacífica da minoria xiita hazara.

"Oitenta pessoas morreram como mártires e 231 ficaram feridas", indicou em um comunicado o Ministério do Interior afegão.

 Através de sua agência de notícias Amaq, a organização extremista afirmou que "dois combatentes do EI detonaram seus cintos explosivos em uma concentração xiita no bairro Dehmazang" da capital.

Segundo os Serviços de Inteligência afegãos, o NDS, "três assaltantes participaram do ataque", mas "só um teve sucesso", levando a pensar que o balanço das vítimas poderia ter sido maior.

    "O primeiro detonou seus explosivos, o segundo conseguiu parcialmente, mas a explosão o matou, e os agentes do NDS mataram o terceiro", afirmou esta fonte.  O Ministério do Interior indicou inicialmente que o ataque foi cometido "provavelmente por um camicaze que andava a pé" no meio da multidão. Mas o presidente Ashraf Ghani evocou pouco depois que ocorreram "várias explosões", sem dar mais detalhes.

O atentado ocorreu no fim do protesto pacífico onde participavam milhares de manifestantes, em grande parte da minoria xiita hazara, desde o início da manhã.

Este atentado, o primeiro desde o dia 30 de junho em Cabul, parece ser o primeiro desta magnitude na capital afegã reivindicado pelo EI desde sua implantação no país no início de 2015.  Um fotógrafo da AFP que estava no local do massacre narrou cenas de horror.   "Havia dezenas de corpos, podia contar mais de vinte, alguns totalmente desmembrados (...) Havia poças de sangue por todas as partes", contou.

As redes sociais mostravam duras imagens de corpos mutilados, seminus, jazendo entre os escombros.  "Ouvi um barulho ensurdecedor muito próximo a mim. Havia muitos mortos e feridos, não consigo entender onde estou", disse à AFP um dos organizadores do protesto, Jawad Naji.  Os manifestantes, que marchavam em um ambiente agradável, exigiam que uma rede de alta tensão em construção abastecesse com eletricidade a província de Bâmiyân (centro), a mais atrasada economicamente do país, onde vive grande parte da comunidade hazara.

 Depois da carnificina, muitos sobreviventes expressavam sua indignação contra a polícia, que isolou com cordas a área, informou o fotógrafo da AFP.  O presidente Ghani expressou sua "tristeza" e denunciou a presença de "terrorista infiltrados em um protesto pacífico". Entre as vítimas, acrescentou, destacavam-se membros das forças de segurança afegãs.  As milícias dos talibãs, rivais do EI, negaram rapidamente qualquer envolvimento no caso e o atribuíram a "tentativas de criar divisões no seio do povo afegão".

 

 

Últimas notícias