Além dos incêndios e atos de vandalismo a transportes e prédios públicos no Rio Grande do Norte, ameaças ao governador Robinson Faria e a membros do Judiciário também foram feitas como parte da onda de ataques iniciada desde a última sexta-feira (29) em retaliação à implantação de bloqueadores de celular em presídios potiguares. A informação foi revelada nesta segunda-feira (1º), pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS-PE), em entrevista à Rádio Jornal do Recife.
Como parte dos atentados, uma explosão na ponte sobre o Rio Potengi, cartão-postal de Natal, foi planejada, segundo o ministro. Nesse domingo (31), o presidente interino Michel Temer autorizou o envio das Forças Armadas para reforçar a segurança no Rio Grande do Norte.
Serão 1,2 mil homens (dois batalhões com 500 homens e outros 200 fuzileiros) disponibilizados pelo governo federal para atuar no Rio Grande do Norte. Eles chegarão ao Estado a partir desta terça (2).
A prioridade, segundo Raul Jungmann, será atuar em locais estratégicos, como agências bancárias, vias expressas e áreas turísticas.
"Tudo isso para liberar homens da PM para reforçar a segurança nos presídios", explicou o ministro. "A avaliação é que havia chegado no limite das forças de segurança, da PM, para lidar com a situação", explicou.
BALANÇO
Boletim da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte (Sesed) registra 65 ocorrências em 21 cidades do Estado como parte dos ataques; incluindo 35 incêndios, seis disparos contra prédios públicos e o uso de três artefatos explosivos. Entre ônibus e microônibus, 26 veículos foram incendiados.
Ao todo, 60 suspeitos de envolvimento com os atos foram presos ou detidos pelas polícias locais.
No Twitter, o governador Robinson Faria afirmou que a população pode voltar à rotina normal e que o governo permanece vigilante. Colégios, porém, suspenderam as aulas nesta segunda-feira. Supermercados também fecharam as portas após a explosão em um estacionamento.