DESIGUALDADE

Save the Children: Brasil é pior país da América do Sul para meninas

Em todo o continente americano, o país fica à frente apenas da Guatemala e Honduras, no ranking sobre oportunidades para meninas da ONG

JC Online
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Publicado em 11/10/2016 às 15:00
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Em todo o continente americano, o país fica à frente apenas da Guatemala e Honduras, no ranking sobre oportunidades para meninas da ONG - FOTO: Foto: Reprodução/ Nações UNidas
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Uma sociedade igualitátria entre os gêneros ainda parece ser uma realidade distante para o Brasil, é o que aponta relatório da ONG Save the Children, divulgado nesta terça-feira (11). O índice, que mede as oportunidades referentes à saúde, desenvolvimento, relacionamentos e educação de meninas, coloca o País na 102ª posição. Os dados levam em conta 144 nações.

>>> Relatório Save the Children

Em todo o continente americano, o país fica à frente apenas da Guatemala e Honduras, no ranking que considera dados sobre o casamento infantil, gravidez na adolescência, mortalidade materna, representação das mulheres no Parlamento e conclusão do estudo secundário.

O relatório dá destaque à posição do Brasil no ranking, considerado “país de renda média superior, que está apenas ligeiramente acima no índice que o pobre e frágil Estado do Haiti”, listado em 105º.

A falta de representação de mulheres no parlamento é um dos maiores destaques negativos para a condição de igualdade entre meninas e meninos no Brasil. Através de barras coloridas, o gráfico deixa evidente a grande contribuição do parlamento brasileiro para a perpetuação da falta de oportunidades a meninas, como também o casamento infantil e a escolaridade. Segundo dados da União Interparlamentar, o Brasil ocupa a 155ª posição no mundo de mulheres no parlamento, com apenas 51 deputadas federais, entre os 513 parlamentares eleitos no pleito de 2014.

A Save The Children esclarece que "os piores lugares para ser uma garota são os países mais pobres do mundo", sobretudo países da África subsaariana. Outro dado que chama atenção é o desempenho aquém do esperado dos países mais ricos.

O relatório leva em conta a mortalidade materna, estimada a cada 100 mil nascimentos; a gravidez entre jovens com 15 e 19 anos a cada 1.000 aprtos; além de mulheres que se casaram com menos dos 18 anos, conclusão do ensino médio e representação feminina parlamentar.

Casamento infantil

Acabar com o casamento infantil até 2030 está entre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, acordados pelas Nações Unidas. Porém, diz a ONG, se a tendência continuar, o número de casamentos infantis vai crescer dos atuais 700 milhões no mundo para 950 milhões até 2030 e 1,2 bilhão em 2050.

No mundo, a Índia apresenta o maior número de casamentos infantis, até pelo tamanho da população. Lá, 47% das garotas — cerca de 24,6 milhões — se casam antes dos 18 anos.

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