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No jornalismo desde os anos 1970, Boechat construiu carreira premiada no Brasil

Jornalista morreu nesta segunda-feira (11) após queda de helicóptero em São Paulo

JC Online
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Publicado em 11/02/2019 às 16:07
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Jornalista morreu nesta segunda-feira (11) após queda de helicóptero em São Paulo - FOTO: Foto: Reprodução/Facebook
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Ricardo Eugênio Boechat, de 66 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (11) na queda de um helicóptero no Rodoanel, em São Paulo. O atual âncora do Jornal da Band, conhecido pelo bom humor, deixou seis filhos: quatro do primeiro casamento, outros dois com Veruska Seibel, 46 anos, com quem era casado desde 2005.

Filho de diplomata, nasceu em Buenos Aires, na Argentina, no ano de 1952. Mercedes Carrascal, mãe do jornalismo, vive em Niterói, no Rio de Janeiro, desde 1956. O pai de Boechat, Dalton, estava de serviço no país vizinho quando ele nasceu.

Nos anos de 1969 e 1970, Ricardo foi militante do Partido Comunista ainda na cidade da região metropolitana carioca, onde participava de publicações da militância. Começou no jornalismo profissional ainda nos 1970, no extinto Diário de Notícias, que circulou no Rio de Janeiro até meados da mesma década.

Ele foi trabalhar no jornal a convite do pai de uma amiga, que era diretor comercial do periódico. “Se perguntar fazendo o quê, eu, nada, olhando, juntando um papel, às vezes até limpando a mesa, não que alguém me pedisse isso”, afirmou em entrevista à Globo.

Escreveu um nota sobre Pelé nessa época. O texto fez com que Boechat conseguisse um pouco mais de espaço no jornal. Foi repórter da coluna de Ibrahim Sued (1924-1995) por 14 anos, ainda no Diário de Notícias. Este período foi definido pelo jornalista como “uma coisa decisiva para a minha formação como repórter”.

Após uma briga com o titular da coluna, Ricardo saiu do Diário de Notícias em 1983, quando o material era publicado pelo jornal O Globo. De lá, foi para o Jornal do Brasil, retornando ao Globo logo depois. Ele saiu do veículo para ser Secretário de Comunicação Social do governo Moreira Franco, ainda no Rio.

Voltou ao Globo em 1989, onde foi titular da coluna “Swann”, que mais tarde recebeu o nome de “Boechat”.

Prêmios

O jornalista foi vencedor de três prêmios Esso. Um em 1989, pela Agência Estado, na categoria “Reportagem”, ao lado de Aluizio Maranhão, Suely Caldas e Luiz Guilhermino. Outro, em 1992, na categoria “Informação Política”, pela sua coluna no Globo, com Rodrigo França. O último Esso foi na categoria “Informação Econômica”, novamente pela coluna, com Chico Otávio e Bernardo de La Peña.

Boechat era recordista de prêmios do Prêmio Comunique-se, com 17 troféus. Foi o único a ganhar em três categorias diferentes: Âncora de Rádio, Colunista de Notícia e Âncora de TV.

Em 1998 lançou o livro “Copacabana Palace - Um hotel e sua história”. Em 2001, saiu do Globo e entrou para o Grupo Bandeirantes, onde foi diretor de Jornalismo no Rio de Janeiro. Em 2006, mudou-se para São Paulo para ser âncora do Jornal da Band. Também era âncora em um programa diário na rádio BandNews FM. Assinava uma coluna publicada todas as sextas-feiras na revista IstoÉ.

Seu último texto na revista falava de corrupção, da tragédia de Brumadinho, e do cotidiano do Senado. Três horas antes de morrer, na última edição de seu programa de rádio, Boechat de grandes tragédias ocorridas no país, que terminaram sem punição.

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