O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais resgatou dois novos corpos nestes sábado, 16, e domingo, 17. As vítimas foram encontradas nas regiões da instalação de tratamento de minério (ITM) e Remanso II. Três segmentos, como são chamados corpos incompletos, também foram localizados neste final de semana.
O número oficial de óbitos da tragédia que atingiu Brumadinho permanece 166. Os Bombeiros aguardam resultados de teste de DNA para atualizar a lista, já que os segmentos encontrados podem pertencer a corpos já identificados previamente.
Neste domingo, os trabalhos estão voltados para a demolição da estrutura colapsada da instalação de tratamento de minério da barragem. A operação é realizada com ajuda de maquinário pesado e demanda cuidados, já que existem cilindros de acetileno e GLP (gás liquefeito de petróleo) no local. A corporação espera que a ação facilite a localização de corpos até então inacessíveis.
INVESTIGAÇÕES
Na sexta-feira, 15, oito funcionários da Vale foram presos em Belo Horizonte, Itabira (MG) e Rio, como parte das investigações do rompimento da barragem de Brumadinho (MG). As acusações incluem "conluio" para esconder informações sobre o reservatório
Além disso, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, um deles na sede da empresa. Uma das linhas de apuração envolve descobrir quem detinha informações sobre a barragem antes do rompimento.
ACORDO
A mineradora Vale divulgou comunicado neste sábado, 16, informando que fechou acordo parcial para atendimento emergencial às famílias e de empregados diretos ou terceirizados, vítimas do rompimento da barragem com lixo tóxico de Brumadinho (MG).
No texto, a empresa revela que pagará as despesas de funeral e verbas rescisórias das vítimas fatais. Além disso, manterá os salários dos que ainda estão desaparecidos.
Em uma próxima audiência, que já estaria agendada, embora a data não tenha sido divulgada no comunicado, a Vale irá propor indenizações por danos materiais, morais, além de planos médico, auxílio-creche, auxílio-educação, despesas de funeral, verbas rescisórias, além de atendimento psicológico e uma doação de R$ 100 mil para famílias de trabalhadores que "pereceram no rompimento" e que "não será deduzida de qualquer indenização".
TRAGÉDIA
O rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, aconteceu em uma sexta-feira, 25 de janeiro. A onda de rejeitos de minério de ferro atingiu a área administrativa da empresa e a comunidade da Vila Ferteco, deixando, até o momento, 166 mortos e 144 desaparecidos.