Uma celebração em defesa da democracia e da liberdade de expressão e de imprensa. Assim foi a cerimônia pelos 100 anos do Jornal do Commercio na noite desta terça-feira (2). O evento reuniu autoridades, empresários, assinantes e representantes dos principais veículos de comunicação do Brasil. Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator de processos de repercussão, como o julgamento da inconstitucionalidade da Lei de Imprensa, o jurista Carlos Ayres Britto discursou sobre o papel do jornalismo para a manutenção do Estado Democrático de Direito.
“Falar de jornalismo é tratar do livre acesso à informação e da capacidade de dar voz às reivindicações da sociedade. É acompanhar o amplo debate sobre temas de interesse coletivo e contribuir mostrando todos lados de um mesmo acontecimento. E isso é, acima de tudo, exercer a democracia”, defendeu o empresário João Carlos Paes Mendonça, presidente do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) e do Grupo JCPM.
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“De 1988 para cá, com a nova constituição, as liberdades de expressão – no âmbito pessoal – e de imprensa – no âmbito coletivo – se afirmaram em plenitude, como condição da democracia. Não há como falar em democracia e liberdade de expressão e imprensa senão como irmãs siamesas, em uma relação de retroalimentação”, defende Ayres Britto.
Para o diretor de Redação do JC, Laurindo Ferreira, a celebração vai além do centenário. “É uma comemoração que não é do Jornal do Commercio. É uma celebração do jornalismo de credibilidade, do jornalismo de marca. É uma celebração da liberdade de expressão, de imprensa e do Estado Democrático de Direito, em um momento tão crucial para o nosso País”.
O governador Paulo Câmara exaltou a importância do JC para o registro da história de Pernambuco. “Sem os jornais e os meios de comunicação, como faríamos para compreender o passado e agir no presente para construir um melhor futuro? Hoje, é um dia importante para Pernambuco, dia de dar testemunho sobre a presença centenária do JC e seu impacto na vida dos pernambucanos. O Jornal do Commercio não é somente uma das vozes mais fortes, é também um canal de expressão, meio pelo qual muitas vozes são amplificadas. Quando e onde não há pluralidade de vozes, ideias e pessoas, não existe democracia”.
Para o presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Marcelo Rech, o centenário do Jornal do Commercio é motivo de comemoração nacional. “Todo o País está festejando, porque o jornal é uma referência pelo seu passado de conquistas e desafios. História essa que se transforma em passaporte para o futuro, porque hoje a relação das pessoas com os meios de comunicação é baseada, fundamentalmente, em confiança. E confiança não se conquista da noite para o dia. É algo conquistado ano a ano, década a década. E, no caso do JC, século a século”.
“Qualquer empresa que completa 100 anos no Brasil já é um feito. No último século, o País enfrentou várias situações e revoluções. Um jornal impresso passar por tudo isso e estar íntegro, com qualidade e fazendo o trabalho que o Jornal do Commercio faz é um feito extraordinário. O fato de ser no papel, hoje, vai deixando de ter muita importância. Não importa se o conteúdo será entregue no papel ou no site, o importante é o jornalismo que o veículo faz, a equipe que o jornal tem”, conclui João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo.