Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontaram que houve um crescimento de 96% no desmatamento na Amazônia em setembro de 2019 - em comparação com o mês período em 2018. Os meses de julho, agosto e setembro tiveram as maiores taxas de desmate registradas pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter) desde 2015.
Em junho, foi registrado aumento de 90% no desmatamento. Já em julho, o crescimento foi de 278% e em agosto, 222%. Todos os registros têm como base o mesmo período em 2018. Em setembro de 2019, foram devastados 1.447 km² de floresta amazônica.
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Os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, chegaram a contestar os dados de devastamento da floresta amazônica.
Além do desmate, houve crescimento também das queimadas na Amazônia. Países como França e Alemanha se manifestaram em preocupação. A chanceler alemã, Angela Merkel, bloqueou R$ 150 milhões do Fundo Amazônia. Em resposta, o presidente Jair Bolsonaro falou que a chanceler poderia usar o dinheiro bloqueado para reflorestar as matas alemãs.
Bolsonaro também chegou a recusar R$ 82 milhões (U$ 20 milhões) do G7 que seriam usados no combate às queimadas. O chefe do Executivo chamou a ajuda de ''esmola''.
Por conta da crise, o presidente assinou um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que autorizava o uso das Forças Armadas para combater as queimadas.