Recife

Instituto Pelo Bem acolhe a todos, assim como fez Irmã Dulce

Tudo no local é feito por voluntários e colaboração de doadores

Cleide Alves
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Cleide Alves
Publicado em 12/10/2019 às 7:35
Foto: Leo Motta/JC Imagem
Tudo no local é feito por voluntários e colaboração de doadores - FOTO: Foto: Leo Motta/JC Imagem
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O Instituto Pelo Bem completa em outubro de 2019 um ano e três meses de acolhida a homens, mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade social. Na verdade, esse é o tempo em que a entidade inaugurou uma casa de muros coloridos em Santo Amaro, bairro do Centro do Recife, para receber pessoas desamparadas. A história do instituto é um pouco mais antiga e tem como ponto de partida um café da manhã servido aos domingos em praças públicas localizadas na área central da cidade.

“Começamos a servir o Pão Fraterno aos domingos há uns seis anos e continuamos até hoje, mas surgiu a necessidade de ampliar as ações, quando levávamos o café da manhã nas ruas as pessoas sempre falavam que sentiam falta de um lugar para tomar banho”, declara Emerson Lima, médico e presidente do Instituto Pelo Bem. A entidade, sem fins lucrativos, é formada por médicos, advogados, professores, jornalistas e publicitários que encontram um tempo na rotina atarefada para cuidar dos necessitados.

A primeira providência foi arranjar uma casa para oferecer banho de chuveiro, roupas limpas e salada de frutas. “Conseguimos o imóvel de um Centro Espírita, isso acabava afastando algumas pessoas e nós não queríamos vínculo religioso, estamos abertos a todos”, afirma Emerson Lima. As ações iam acontecendo sem alardes, mas aos poucos o doutor Emerson passou a divulgar o trabalho nas redes sociais e organizou o instituto como pessoa jurídica, com estatuto, conta em banco, site, Instagram e Facebook.

O segundo passo era encontrar outra casa para abrigar a sede do Instituto Pelo Bem. “Alugamos um espaço bem ruinzinho que precisava de reforma. Foi aí que perdi a vergonha (de aparecer como benfeitor), escancarei de vez o trabalho e fui atrás de ajuda”, diz o médico. Ele cedeu à entidade os direitos autorais de dois livros que escreveu e somou a isso a doação de colaboradores para instalar rede elétrica e hidráulica, consertar telhado, fazer banheiros e equipar a edificação com fogão, geladeira, mesa e cadeiras.

Uma vez por mês, no último fim de semana, os voluntários abrem a casa para um almoço de domingo. Ao chegar, eles recebem toalhas, roupas, cuecas, calcinha, xampu, condicionador, desodorante, perfume e hidratante para o banho. Há corte de cabelo, aferição de pressão arterial e glicemia e lugar para homem fazer a barba. Em setembro, foram atendidas 252 pessoas, sendo 41 crianças. Para criar vínculos, o instituto tem o cadastro do público assistido (por que estão na rua, se já tiveram profissão, doenças).

“O almoço, com suco e sobremesa, é servido à mesa, como todo cidadão deveria comer”, destaca Emerson Lima. O instituto oferece atendimento médico e odontológico, acompanha 12 gestantes pobres pelo projeto Gerando o Bem– elas recebem cesta básica mensal, enxoval do bebê, orientações sobre os cuidados com a criança e apoio de psicólogo e assistente social – e colabora com a Creche Lar de Paulo, do Recife.

Na sede funciona o Brechó Desapego (a roupa vendida é transformada em dinheiro para ajudar a manter o instituto); às sextas-feiras professores da Universidade Católica de Pernambuco dão aulas de inglês (abertas ao público mediante dois quilos de alimentos não perecíveis); e uma vez por semana há aulas de alfabetização (Leituras do Bem) para o grupo cadastrado da rua. Tudo feito por voluntários e colaboração de doadores.

Como ajudar

Rua Pedro Henrique, 300, Santo Amaro
Fones: (81) 3132-8702 e 98952-9897
Site: https://www.pelobem.org.br

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