Os alertas de desmatamento na Amazônia no mês de outubro registrados pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), voltaram a subir em relação ao mesmo mês de 2018. Foi observada pelos satélites uma perda de 554,71 km², ante 526,66 km² em outubro de 2018 - alta de 5%.
Apesar de o ritmo de devastação ter diminuído em relação às perdas observadas em agosto e setembro, este é o sétimo mês consecutivo do ano que apresenta valores mais altos do que o indicado em 2018. De acordo com o Deter, o acumulado de 1.º de janeiro até 31 de outubro já chegou a 8.409 km² - aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado, que teve uma perda de 4.602 km².
As taxas de desmatamento observadas nos dez meses deste ano são maiores do que as detectadas pelo Deter nos 12 meses dos três anos anteriores (2016, 2017 e 2018). O desmatamento continuou subindo mesmo com a presença das Forças Armadas na floresta, como o Estado mostrou em setembro.
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Exército
Já as queimadas, objetivo principal de ação dos militares na região, de fato recuaram, chegando ao menor número em outubro da série histórica do Inpe. Mas, como a floresta continua sendo derrubada, especialistas alertam que os incêndios podem voltar com força.
O Deter é um sistema em tempo real que serve para orientar a fiscalização e não serve como taxa oficial do desmatamento. Este número é fornecido pelo sistema Prodes, também do Inpe, que registra a devastação sempre entre os meses de agosto de um ano a julho do ano seguinte, mas o Deter funciona como um indicativo do que está ocorrendo em campo e, em geral, a tendência que aponta, de alta ou baixa, é confirmada depois pelo Prodes. Como "enxerga" mais, o Prodes acaba indicando números ainda maiores.
Mesmo considerando o período de referência de desmatamento - agosto de um ano a julho do seguinte -, o cenário também é ruim. Entre 1.º de agosto e 31 de outubro, o Deter observou uma perda de 3.704 km² - mais da metade (54%) de tudo o que foi observado entre agosto de 2018 e julho deste ano - 6.840 km².