Recentemente o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou os livros didáticos, que, segundo ele, têm muitas palavras, diferentes dos que ele teria usado para ser alfabetizado na infância, como a cartilha Caminho Suave. "Os livros hoje em dia, como regra, são um montão de amontoado de muita coisa escrita. Tem que suavizar aquilo. Em falar em suavizar, estudei na cartilha 'Caminho Suave', você nunca esquece", falou presidente no dia 3 de janeiro de 2020, em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
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Estima-se que mais de 48 milhões de brasileiros tenham aprendido a ler seguindo as frases da cartilha, entre as décadas de 1950 e 1990. A 'Caminho Suave' usava a técnica batizada de "alfabetização por imagem", cuja objetivo era misturar palavras inteiras com o estudo sequencial do silabário e ilustrações que associavam imagem e palavra-chave. Por exemplo, a letra B aparecia na barriga de um bebê e a I compunha a torre de uma igreja.
Foto: Reprodução/Edipro
Cartilha rejeitada pelo MEC
A cartilha, que ainda desperta memórias afetivas de muitos adultos como a lembrança de um método eficiente para ensinar a ler, é descartada por especialistas de várias concepções de alfabetização e, em 1996, o Ministério da Educação (MEC) excluiu a Caminho Suave do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).
Apesar disso, a Caminho Suave ainda existe e está na sua 133ª edição e tem tiragem que varia entre 30 mil e 50 mil a cada dois anos, de acordo com a Edipro, que detém os direitos de publicação e distribuição da cartilha.