atualizada às 12h31
Um morador de Sorocaba, no interior de São Paulo, morreu vítima da febre hemorrágica brasileira causada por um novo vírus que circula no país. A morte aconteceu no dia 11 de janeiro de 2020, mas o Ministério da Saúde só confirmou o caso na noite dessa segunda-feira (20). Além disso, o órgão informou que esta é a primeira vez em 20 anos que a doença é registrada no Brasil. As informações são do Estadão.
De acordo com boletim epidemiológico divulgado pela pasta, no caso de Sorocaba foi identificado um novo vírus da família Arenavírus, do gênero Mammarenavirus, o vírus Sabiá.
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O ministério disse ainda que está considerando o caso como um "evento de saúde pública grave", dada a raridade e alta letalidade da doença. "Este fator representa um risco significativo para a saúde pública, ainda que nenhum caso secundário tenha sido identificado até este momento da investigação", afirmou a pasta no boletim.
Antes do morador de Sorocaba, só haviam sido relatados quatro casos de febre hemorrágica viral no país, o último sendo em 1999.
Histórico
Segundo o Ministério da Saúde, o homem começou a apresentar os sintomas no dia 30 de dezembro de 2019, com quadro de dor ao engolir e no abdômen, além de náuseas, vertigem e dores musculares. A pasta disse ainda que o quadro do homem se agravou e ele teve febre alta, pressão baixa, confusão mental e hemorragia.
O paciente foi atendido em três hospitais nas cidades paulistas de Eldorado, Pariquera-Açu e São Paulo até morrer por complicações da doença no Hospital das Clínicas da USP, no dia 11 de janeiro. Em suas passagens pelas unidades de saúde, o homem foi submetido a exames para identificação de doenças como febre amarela, hepatites virais, leptospirose, dengue e zika. No entanto, todos os resultados foram negativos.
Infecção
A pasta da Saúde, afirmou que o morador de Sorocaba viajou para as cidades de Itapeva e Itaporanga, ambas no interior de São Paulo, locais prováveis de infecção. Ele não tinha histórico de viagens internacionais.
As autoridades sanitárias, porém, ainda não sabem como o paciente se infectou. A doença é transmitida principalmente por meio da inalação de partículas formadas a partir de urina, fezes e saliva de roedores infectados, os principais hospedeiros do vírus.
A transmissão de pessoa a pessoa pode ocorrer quando há contato muito próximo e prolongado ou em ambientes hospitalares, quando não utilizados equipamentos de proteção, por meio de contato com sangue, urina, fezes, saliva, vômito, sêmen e outras secreções, segundo o Ministério da Saúde.