O sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, recebeu na noite dessa sexta-feira, 21, o primeiro dia de desfiles de escolas de samba. A escola Barroca Zona Sul abriu o espetáculo, sendo seguida por outras seis agremiações até as 5h45 deste sábado, 22. Entre os temas abordados nos desfiles, teve Jesus Cristo e a história dos negros no Brasil.
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Barroca Zona Sul
A Barroca Zona Sul abriu o carnaval de São Paulo homenageando a líder quilombola Tereza de Benguela. Com o samba-enredo "Benguela... a Barroca Clama a Ti, Tereza", a agremiação contou na avenida a história de uma escrava que veio de Angola e lutou contra o sistema no século 18 no Brasil. Ela foi levada ao Mato Grosso, onde comandou o histórico Quilombo do Quariterê, que existiu entre 1730 e 1795 e contava com uma espécie de sistema parlamentar.
Barroca homenageando Tereza de Benguela, líder quilombola do século XVIII. Onde Os Orixás e Zé pilintra ajudou dando força ah Essa guerreira!! pic.twitter.com/S2wCvZp5sI
— UMBANDA SARAVÁ (@Ubanda5) February 22, 2020
A escola precisou correr para terminar nos 65 minutos regulamentares. Foram 21 alas, 5 carros alegóricos, 2.400 componentes, com a empresária e musa fitness Renata Spallicci estreando como rainha de bateria.
Barroca da Zona Sul arrasando na homenagem para Teresa De Benguela, líder de quilombo no Mato Grosso.
— Fernandoooo (@Fernando_kkkk) February 22, 2020
"Em plena floresta
Auê auê
Resistência na aldeia
Quariterê
Na mata, sou mestiço, guardião
O meu grito de guerra é por libertação"#Globeleza #CarnavalSP pic.twitter.com/hkdg2mFDAo
Tom Maior
A Tom Maior falou da participação e da importância do negro na história do Brasil. Para defender o enredo É Coisa de Preto, a bateria fez um tributo ao humorista Mussum (1941-1994), além de homenagens a Wilson Simonal, Elza Soares, Carolina Maria de Jesus, Mano Brown, Madame Satã, Machado de Assis, Pixinguinha, Joaquim Barbosa e, no último carro, à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
Representando as luzes da ribalta, uma ala com 20 homens de sunga entrou na avenida.
Pamella Gomes foi a rainha de bateria da escola, que passou nos exatos 65 minutos permitidos para o desfile. A Tom Maior ficou em 12º lugar do Grupo Especial em 2019, e ainda busca seu primeiro título neste grupo.
Tom Maior fez homenagem a negros que fizeram história em nosso país
— Fernandoooo (@Fernando_kkkk) February 22, 2020
"Lutar, é preciso lutar por igualdade
Liberdade, fazer da resistência uma nova verdade
Soprando a poeira da história
A nobreza em meus olhos brilhou
É o dia da nossa vitória
Conquistada sem favor"#Globeleza pic.twitter.com/zZcGVeL5Pc
Dragões da Real
Vice-campeã do ano passado, a Dragões da Real defendeu agora o samba-enredo "A Revolução do Riso: A arte de subverter o mundo pelo divino poder da alegria". O carro abre-alas era uma referência a um ataque de risos, com um canhão e emojis. Após oito anos como rainha de bateria, Simone Sampaio se despediu no desfile.
A perfeição desse desfile ?? #DragõesdaReal pic.twitter.com/s9ia3EkFgv
— bruna (@btorrress) February 22, 2020
Um dos carros exaltou deuses do riso, com referências a Shakespeare e Moliére. Charles Chaplin foi lembrado em outro carro; Após o fim, um carro ficou preso aos fios de eletricidade da rua e isso afetou o início da Mancha Verde, mas não deve haver punição.
Mais que um enredo
— Wesley Michelini (@MicheliniWesley) February 22, 2020
É um propósito
É uma bandeira..#SimoneSampaio#RainhadeBateria #Globeleza #Carnaval2020 #DragoesdaReal pic.twitter.com/xtF2CeTa8c
Mancha Verde
Uma das mais comentadas nas redes sociais e atual campeã, a Mancha Verde, quarta escola do primeiro dia de desfiles, pôs Jesus no sambódromo.
Com o atraso de quase uma hora, causado pelo carro abre-alas da Dragões da Real ter enroscado em um fio elétrico durante a dispersão do desfile, a escola entrou na avenida com o enredo "Pai! Perdoai, eles não sabem o que fazem!", com uma agremiação que comparou o calvário ao sofrimento do povo.
Gente!!! APOTEÓTICO o desfile da Mancha Verde nessa madrugada! #Globeleza parabéns mancha pic.twitter.com/bNzqRdXoxQ
— Bruninho_jp ???????? (@Bruninhojp2) February 22, 2020
A bateria estava fantasiada de sacerdotes romanos. A rainha, mais uma vez, foi a atriz e modelo Viviane Araújo.
Um dos destaques foi o terceiro carro, "A Eterna Guardiã da Justiça", que abordou a relação da Justiça ao longo da vida humana. O carro apresentou uma representação sobre as injustiças sociais.
Abre Alas. Mancha Verde 2020. ???? Sérgio Ortiz/Forza Palestrina pic.twitter.com/hbF9J2A4d3
— Leila Pereira (@lpconselheira) February 22, 2020
Acadêmicos do Tatuapé
Já a Acadêmicos do Tatuapé defendeu a história e a cultura da cidade de Atibaia, no interior de São Paulo, com o enredo "O ponteio da viola encanta... Sou fruto da terra, raiz desse chão... Canto Atibaia do meu coração".
Um dos maiores destaques foi o carro que trouxe a réplica exata da entrada de Atibaia com decoração de 50 mil flores da cidade.
Tatuapé BERRANDO O SAMBA. A bateria do Meste Higor e o Celsinho no carro de som estão tirando onda. Dá gosto de ver!#Globeleza pic.twitter.com/Q10RAqGwfW
— GustFolia (@GustFolia) February 22, 2020
Um dos carros teve praticantes de rapel profissionais de Atibaia, esporte tradicional na cidade.
A musa Ana Paula Minerato estreou à frente da bateria da Tatuapé após vinte anos de Gaviões da Fiel, onde ela desfilava desde criança.
Última alegoria da Tatuapé mostra a contribuição japonesa na cidade de Atibaia.
— GustFolia (@GustFolia) February 22, 2020
O céu vai clareando, o desfile vai acabando, mas a escola não para de cantar!#Globeleza pic.twitter.com/Zc7SVAZaVq
Império de Casa Verde
A Império de Casa Verde, a penúltima a desfilar no primeiro dia, já de manhã, foi para outro lado do mundo e apostou na história do Líbano com o enredo "Marhaba Lubnãn" ("Olá Líbano", em árabe).
Belíssimo Abre-alas da Império de Casa Verde. O primeiro setor foi projetado para um desfile ainda noturno, o que não rolou por conta do problema na dispersão. Fico imaginando esses efeitos de iluminação a noite...#Globeleza pic.twitter.com/uu8sfXqmeU
— GustFolia (@GustFolia) February 22, 2020
O carro abre-alas "O império marítimo" retratou o mar Mediterrâneo, com o caminho de entrada para o Líbano, e a comissão de frente simbolizou as exportações.
O desfile teve muitas telas de led e efeitos especiais, que fizeram sentido mesmo com a claridade
A tricampeã paulistana Império de Casa Verde homenageou o Líbano, com o enredo 'Marhaba Lubnãn (que pode ser traduzido como Olá, Líbano). A escola entrou no Sambódromo já ao amanhecer.
— Anhembi (@anhembiparque) February 22, 2020
Confira algunns momentos nas fotos de Joyce Cury/SPTuris#CarnavalSP2020 pic.twitter.com/oQRatmJZWl
X-9 Paulistana
X-9 Paulistana, que fechou o primeiro dia, trouxe um passeio sobre batucadas de todas as regiões e religiões brasileiras sob o enredo "Batuques Para Um Rei Coroado".
DE PARINTINS PRA TODO MUNDO VER!
— GustFolia (@GustFolia) February 22, 2020
A bateria da X-9 lembra os batuques de Parintins e se divide entre Garantido e Caprichoso#Globeleza pic.twitter.com/iyULaqFPBY
Mais uma vez, a fantasia de índia virou polêmica, dessa vez sobre o corpo da rainha de bateria da X-9, Juju Salimeni, que representou a Rainha do Folclore de Parintins.
O Sambódromo do Anhembi já está com as arquibancadas praticamente vazias. Os foliões da X9-Paulistana, última escola que entrou na avenida, estão saindo da dispersão. Agentes da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar acompanham as finalizações do 1º dia de desfile. pic.twitter.com/OO6JjV7l5f
— Rádio Trânsito (@radiotransitofm) February 22, 2020