Deslizamentos de terra após fortes chuvas mataram mais de 70 pessoas neste domingo na América Central. Segundo autoridades da Guatemala e de El Salvador, estradas internacionais foram arrastadas pelas águas, vilas foram isoladas e milhares de famílias perderam casas e lavouras, numa região que as Nações Unidas classificam como uma das mais afetadas pelas mudanças climáticas.
Na Guatemala, 28 pessoas morreram e outras duas estão desaparecidas. O presidente da Guatemala, Álvaro Colom, declarou "estado de calamidade" depois que o número de mortos alcançou 28 após cinco dias de chuvas pesadas.
Em El Salvador, pelo menos 27 pessoas morreram depois de cinco dias de chuvas intensas, causadas por uma persistente depressão tropical. "Temos uma situação muito complicada", disse o ministro de meio ambiente de El Salvador, Heman Rosa Chávez, que relatou seis polegadas de chuvas durante um período de 12 horas, o que deixou instáveis as regiões montanhosas do país. Em Ciudad Arce, a oeste da capital San Salvador, um morro arrastou cinco casas, matando pelo menos nove pessoas, segundo autoridades.
De acordo com o coordenador de emergência local Roberto Miranda, "há mais água do que jamais foi visto na história de Ciudad Arce". Jorge Melendez, chefe da agência de defesa civil, declarou que a maioria das mortes em El Salvador foi provocada por deslizamentos de terras.
Em Honduras, autoridades informaram que o número de mortos aumentou para 12, depois de uma noite de chuvas constantes no populoso vale montanhoso onde a capital Tegucigalpa está situada.
Na Nicarágua, a defesa civil ordenou a evacuação das encostas do vulcão Casita, onde ocorreram deslizamentos graves em 1998, depois da passagem do furacão Mitch. A primeira-dama Rosário Murillo disse que sete pessoas morreram na Nicarágua e mais 8 mil foram afetadas pelas chuvas.