Depois de oito meses da morte de Muammar Khadafi, ex-presidente da Líbia, um dos seus principais assessores começa a ser julgado nesta terça (5) em Trípoli, capital do país. Bouzid Dorda é ex-chefe da área de segurança e inteligência do governo Khadafi. O julgamento ocorre em meio a uma série de medidas especiais para garantir o processo judicial. A próxima etapa da audiência ocorre no dia 26.
Ex-primeiro-ministro de Khadafi, Dorda substituiu Moussa Kussa na liderança dos serviços secretos externos em 2009, depois de ter ocupado o posto de representante da Líbia na ONU durante uma década. O primeiro julgado de antigos colaboradores de Khadafi demonstra que o novo governo líbio quer promover julgamentos imparciais, segundo analistas internacionais.
É o primeiro julgamento de um assessor direto de Kadhafi, que morreu em outubro de 2011, depois de meses de perseguição. Dorda é acusado de ter ordenado às forças de segurança matar manifestantes, que protestavam contra o governo, e atirar contra as pessoas.
Dorda se disse inocente em seis acusações, além de ordenar a execução de manifestantes, é denunciado de promover uma guerra civil e causar violência em parte do território líbio. “Nego essas acusações”, disse o ex-assessor de Khadafi.
O ex-assessor de Khadafi está detido em uma academia militar que foi transformada também em tribunal. Na primeira etapa da audiência, que durou apenas meia hora, foi decidido adiar o julgamento para o dia 26. Daw Al Mansouri, advogado de Dorda, disse que precisa de mais tempo para preparar a defesa.
As autoridades da Líbia querem convencer o Tribunal Penal Internacional (TPI) que têm capacidade para julgar Seif Al Islam, filho Khadafi – alvo de um mandado de prisão do TPI por crimes contra a humanidade cometidos a partir de 15 de fevereiro de 2011 durante a repressão da revolta popular.