A revista satírica francesa Charlie Hebdo publica em seu próximo número, que sairá às bancas nesta quarta-feira, uma série de desenhos representando o profeta Maomé e que, segundo seu diretor, chocarão "aqueles que quiserem ser chocados".
As caricaturas "chocarão aqueles que quiserem ser chocados lendo uma publicação que não leem nunca", considerou Charb, seu diretor, consultado pela rede de televisão iTélé.
O diretor afirmou que os desenhos, publicados nas páginas internas e na contra-capa, não são mais provocadores do que o de costume. "A liberdade de imprensa é uma provocação?", se pergunta.
O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, reagiu imediatamente afirmando que desaprova "qualquer excesso" e pedindo "responsabilidade".
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O ministro das Relações Exteriores Laurent Fabius, consultado sobre o caso durante uma visita ao Cairo, se manifestou "contra qualquer provocação", lembrando ainda a importância da liberdade de expressão na França.
O presidente do Conselho Francês do Culto Muçulmano (CFCM), Mohammed Mussaoui, mencionou "uma profunda consternação" pela publicação de charges que "insultam o profeta do Islã".
Em um comunicado, o CFCM, que representa a religião muçulmana na França, condena "com grande vigor este novo ato islamofóbico e lança um apelo aos muçulmanos da França para que não cedam à provocação".
A divulgação na internet de trechos do filme "A inocência dos muçulmanos", realizado nos Estados Unidos, que descreve o Islã como um "câncer", desencadeou manifestações anti-americanas, algumas vezes violentas, em todo o mundo muçulmano.