A Nasa lançou esta terça-feira uma ampla iniciativa que envolve as agências federais, a comunidade científica, o setor industrial, as universidades e o público em geral, com a finalidade de rastrear e localizar todos os asteroides que poderiam representar uma ameaça para o mundo.
O plano se insere nos "Grandes Desafios da Casa Branca", uma série de ambiciosos objetivos em nível nacional e internacional que requerem inovação e avanços científicos e tecnológicos.
Este "Grand Challenge" se baseia em colaboração multidisciplinar e em uma grande variedade de associações entre a Nasa e outras agências internacionais, assim como do governo americano, as empresas, as universidades e astrônomos amadores.
Este projeto se complementa com uma missão anunciada recentemente pela Nasa, na qual uma nave não tripulada capturará um asteroide e o rebocará até a órbita lunar, a fim de poder enviar astronautas para estudá-lo.
"A Nasa já trabalha no acompanhamento de asteroides que poderiam representar um perigo para o nosso planeta e, apesar de termos encontrado 95% dos maiores (com mais de um quilômetro de diâmetro), cuja órbita está perto da Terra, temos que detectar a todos", declarou a administradora adjunta da Agência Federal americana, Lori Garver.
"O 'Grande Desafio' se concentra na detecção de (...) asteroides e no que fazer em caso de uma ameaça potencial", explicou. "Neste contexto, vamos aproveitar a participação do público e sua capacidade de inovação e dos cidadãos científicos para ajudar a resolver este problema global".
Asteroides de diferentes tamanhos, resíduos da formação do Sistema Solar, circulam nos arredores da Terra.
A Nasa já detectou quase todos estes objetos celestes com mais de um quilômetro de diâmetro, um dos quais causador da extinção dos dinossauros, ao colidir com a Terra há 65 milhões de anos.
Os cientistas afirmam que uma colisão com um destes grandes objetos é muito rara e nenhum dos já detectados representa um risco previsível no futuro.
Embora os grandes asteroides sejam facilmente identificáveis, detectar outros menores e mais numerosos é mais difícil.
O Congresso americano pediu à Nasa em 2005 que detectasse todos os asteroides com mais de 140 metros de diâmetro que potencialmente podem destruir uma cidade grande.
Segundo a Nasa, há provavelmente 25.000 asteroides com pelo menos 100 metros de diâmetro ao redor da órbita terrestre. Só foram detectados 25% deles.
A caça de asteroides ganhou maior urgência desde 15 de fevereiro, no dia de uma passagem antecipada de um destes objetos muito perto da Terra e da surpreendente queda de um asteroide de 15 metros de diâmetro na Rússia.
Este último, ao se desintegrar, provocou uma onda de choque que quebrou muitas janelas, ferindo centenas de pessoas.
Em um contexto de orçamento curto, a Nasa também se esforça por desenvolver outros sistemas capazes de localizar objetos celestes pequenos.
Além disso, financia um projeto da Universidade do Havaí chamado Atlas (Sistema de Alerta do Impacto Terrestre de Asteroides), que vasculhará todo o céu a cada noite e detectará asteroides com diâmetro de 45 metros uma semana antes de um impacto na Terra.
Para os asteroides de 150 metros de diâmetro, este sistema, que poderia funcionar em 2015, dará a voz de alerta três semanas antes.
Ex-cientistas da Nasa deram em 2012 o pontapé inicial à Fundação B612 para financiar, construir e lançar o primeiro telescópio espacial privado para rastrear asteroides e "proteger a humanidade", capaz de eliminar a maioria destes objetos ainda invisíveis.